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Relatos impressionantes de testemunhas e famílias

Brasil: Torre de controlo ouviu desespero do piloto antes do embate

«Vira! Vira! Vira!». Estas foram as últimas palavras do piloto do Airbus A320 da TAM que a torre de controlo do aeroporto de Congonhas ouviu. O desespero da voz anunciava o desastre iminente. O que se seguiu depois no interior da aeronave e talvez só as caixas negras possam esclarecer, já que as autoridades afirmam que não há sobreviventes.

O acidente de avião abalou São Paulo. Em poucos segundos, a aeronave, que tentava aterrar, derrapou na pista, atravessou uma avenida, bateu no tecto de um táxi e embateu num posto de gasolina e num prédio. Depois, explodiu. O choque fez desabar parte do prédio e causou incêndios em vários outros. Os peritos afirmam que o piloto, sentindo que não tinha conseguido aterrar devidamente, ainda tentou descolar de novo, mas o aparelho não terá tido força suficiente para voltar a subir.

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Várias testemunhas assistiram ao embate e fizeram relatos impressionantes à imprensa brasileira. Na pista, estavam mais seis aviões prestes a descolar. Os passageiros assistiram ao desenrolar dos acontecimentos.

Afirmam que a aeronave «vinha depressa de mais para aterrar. Parecia que estava a descolar» e recordam que o avião seguia com a asa inclinada e a imagem do aparelho a «entrar pelo prédio». Mas talvez o que mais os impressionou foi o facto de o avião ter passado muito próximo do solo. «Ele passou raspando a gente», afirmou uma testemunha. O que se seguiu depois foi «um barulho ensurdecedor», «bolas de fogo pelo ar» e um «enorme sentimento de tristeza». «Fico pensando no pessoal, nos amigos da gente que poderia vir nessa aeronave. É uma sensação horrível», relatou outra testemunha.

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Das 176 vidas que se perderam, ainda pouco se sabe. A lista de passageiros foi divulgada, mas só com o passar das horas esses nomes vão ganhando rosto. Entre os passageiros estava um deputado federal e um dirigente desportivo e dezenas de anónimos que deixaram amigos e familiares.

Senti que ele estava no avião

Um taxista de 77 anos tinha ido buscar o filho ao aeroporto. Estava no carro, a olhar para baixo, por isso, não viu a aeronave a aproximar. Foi o barulho que o alertou e, de imediato, sentiu que o filho estava a bordo.

O filho, um químico, de 41 anos, tinha telefonado ao pai antes de entrar a bordo. Foi a última vez que falara. A lista de passageiros deu razão à intuição paterna. Claudemir Arriero é uma das 176 vítimas.

Soube que ela morreu pela televisão

Sérgio Buchmann, de 51 anos, soube da morte da sogra, de 75 anos, pela televisão. «Minha sogra viajou e só soube que ela morreu pela televisão. Agradeço à TAM pela desinformação que deu», disse, não escondendo a revolta.

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«O que me deixa mais triste é que não nos deram satisfações. Ela era como uma segunda mãe para mim».

«Um milagre»

Quem tinha viagem marcada e optou por não embarcar, considera que «estar vivo é um milagre». Funcionário de uma consultoria de desenvolvimento de sistemas em São Paulo, Fabrício Costa, 29, afirma que renasceu. Tinha um compromisso com um cliente. «Acabei mais cedo o compromisso, cheguei no aeroporto e consegui antecipar para o [voo] 3052, graças a Deus. Sinto que renasci», afirmou.

A advogada Fernanda Passuello tinha viagem marcada naquele voo, que foi cancelada poucas horas antes do embarque. Ia participar num evento jurídico com mais seis advogados. Três deles seguiram viagem e morreram.

Também o plantel do Grémio de Porto Alegre tinha previsto embarcar no avião, mas decidiu alterar os planos à última hora. Equipa e familiares respiran de alívio.

* Relatos retirados dos sites Folha Online, Terra e Globo.com

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