Já fez LIKE no TVI Notícias?

Congelar para mais tarde curar

Criopreservar células pode ser a solução terapêutica para doenças que não têm tratamento. Já há prendas em formato de células estaminais e cada vez mais pais apostam neste seguro de vida para os bebés

Há cerca de duas décadas, a descoberta de que a placenta e o cordão umbilical continham um elevado número de células estaminais trouxe uma nova esperança ao mundo da medicina. Actualmente, a colheita e a criopreservação destas células é uma prática corrente devido à crescente consciência de que, em qualquer altura, poderão intervir em termos terapêuticos em patologias que não disponham de outra forma de tratamento.

Actualmente, são muitos os pais que optam por recolher o sangue do cordão umbilical do seu bebé e armazená-lo num banco de células estaminais. Deste modo, se algum dia a criança necessitar das células estaminais, estas estão imediatamente disponíveis para transplante (por exemplo, para reconstituição da medula óssea destruída após tratamentos de quimioterapia).

PUB

Em termos de história, a medula foi, sem dúvida, pioneira, tendo o seu primeiro transplante bem sucedido em 1968, enquanto que o mesmo com o sangue do cordão apenas ocorreu 20 anos mais tarde (em 1988).

As células estaminais possuem capacidade de se dividir indifinidamente e podem dar origem a diversos tipos de linhagens celulares, como, por exemplo, células nervosas, células cardíacas, células da pele, do sangue, do osso e da cartilagem.

Permitem a ocorrência de processos de regeneração dos tecidos do nosso organismo, como a medula óssea, a retina, a córnea, a polpa gengival, a pele, o fígado, o tracto gastrointestinal e o pâncreas. Estão presentes no sangue do cordão umbilical, onde se apresentam como células estaminais adultas.

Num recém-nascido com 45 segundos de vida, prepara-se para cortar o cordão umbilical, que se desenvolve a partir do saco vitelino, o qual, no fim da gestação, terá um comprimento de 50 cm e cerca de 2 cm de diâmetro.

Recentemente, foi descoberto que o sangue existente no interior do cordão umbilical é uma fonte rica e facilmente acessível de células estaminais indiferenciadas. O sangue do cordão umbilical é recolhido após o cordão ter sido separado do recém-nascido, e é guardado para que as células estaminais que contém possam ser utilizadas. É recolhido da veia umbilical com uma seringa ou através de uma agulha ligada a um saco de recolha de sangue, obtendo-se em média 99 ml. O sangue recolhido é processado de forma a remover os glóbulos vermelhos e o plasma em excesso, e de seguida armazenado em azoto líquido.

O processo é não invasivo e indolor e não existe qualquer risco quer para a mãe quer para o bebé. A disponibilidade é imediata, eliminando a necessidade de procura de um dador compatível. Em alguns transplantes é eliminado o risco de rejeição e da doença do transplante contra o hospedeiro. Há também uma maior compatibilidade em transplantes para familiares. Quando as células são necessárias, o cliente faz a requisição das mesmas ao banco onde estas se encontram armazenadas, que envia as células para o centro de transplante.

PUB

Últimas