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IndieLisboa: «Águas Mil» significa «Abril»

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«Águas Mil», Ivo Ferreira, Portugal, 2008

O que é que é preciso para haver um filme? Nada é garantido, é verdade, e há um certo número de coisas que se têm de evitar. Mas eu vi neste filme uma actriz, Adelaide João. Ela, sozinha, tem força bastante para criar uma personagem, guardiã do enigma da história que este filme quer contar. De uma noite para um dia, joga-se todo o passado e todo o presente do protagonista (representado por Gonçalo Waddington - seguro, embora longe do seu momento extraordinário em «Mal Nascida», de João Canijo).

Revolvendo velhos objectos por causa da mudança (vão vender a casa e a avó - Adelaide João - vai para um lar) Gonçalo (aliás Pedro, a personagem) parte Alentejo fora procurando confirmar sinais. O seu pai fora morto ou vive no Alentejo? Ou vive em Espanha, entre os cenários do western spaghetti? E aí, o filme arrisca - são demasiados os sinais, e entre teatro e cinema, sem se decidirem, as personagens falam muito, dizem muito aquilo que são, aquilo que foram, aquilo que sentem. Mas, caminho fora, o vento no rosto de Adelaide João, Adelaide João no carro, Adelaide João na cama, Adelaide João frente ao mar numa aldeia de Espanha, o filme parece à vezes resgatar o afecção que arriscou perder. «Águas Mil» (que vai passar mais uma vez neste Festival) significa «Abril», isto é...

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E Joana Seixas está bem, mesmo quando o argumento a ignora, mesmo quando a câmara parece vê-la demais.

*Crítico de cinema

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