A primeira longa-metragem de Sérgio Borges é um quadro sombrio de três vidas cujo peso do seu mundo elas carregam como podem. «O Céu Sobre os Ombros» pode ser visto esta terça-feira no IndieLisboa, mas prepare-se para três socos no estômago, com maior ou menor força.
O julgamento desta intensidade é deixado em grande parte ao espectador conforme sentir, também, maior ou menor simpatia, distanciamento, o que sentir, em relação a cada um dos três. Lwei, Evelyn e Murari são-nos apresentados por Borges quase sem palavras como acentuação desse tal lado sombrio.
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Só mais tarde - um bom bocado mais tarde - as palavras e os diálogos começam a ouvir-se com mais frequência. Porque algumas são - vamos ficando a saber - indissociáveis destas pessoas, da vida destas pessoas, da existência destas pessoas.
Este tríptico cruel na sua realidade filmado em forma de documentário, mais do que a dureza da sua condição, mostra a dureza da existência carregada por cada um deles - mas este também não é um peso que os deixa imóveis sem se conseguirem mexer; é um peso que eles transportam para algum lado...
«O Céu Sobre os Ombros», Sérgio Borges, 2010, Brasil, 71`
Às 19h15 na Culturgest
Repete sexta-feira, dia 13, às 19h00 na Culturgest
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