Começa esta quinta-feira o maior festival português dedicado ao documentário, o DocLisboa. Na capital, arranca hoje uma programação de 250 filmes, com 40 estreias mundiais. Este ano, o desafio é colocar o espetador perante a História. Entre os destaques, um deles vai para o documentário « Fado Camané», com antestreia já amanhã, sexta-feira, no Cinema São Jorge. Rodado a preto e branco e dedicado a Rui Valentim de Carvalho, empresário e editor discográfico que morreu em 2013.
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No documentário, que terá estreia nos cinemas a 23 de outubro, o realizador regista Camané a gravar, mas sobretudo a dialogar sobre fado com José Mário Branco, com os músicos e com Manuela de Freitas (autora de vários poemas musicados). «É importante que esteja ali o Zé Mário», afirma Camané no filme, admitindo ser um «perfeccionista exagerado» e sublinhando que José Mário Branco o ajuda «a encontrar a verdade do fado».
O álbum «Sempre de mim» foi gravado com os músicos José Manuel Neto, Carlos Manuel Proença e Carlos Bica, e inclui, entre outros, «Sei de um rio» - cujo teledisco foi realizado por Bruno de Almeida -, «Este silêncio», «Antes do grito» e «Lembra-te sempre de mim».
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Bruno de Almeida, que nasceu em Paris e viveu em Nova Iorque, é autor de filmes como «Bobby Cassidy», «The Lovebirds» - que inclui a participação de Camané -, «Operação Outono» e «Amália, Uma Estranha Forma de Vida».
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Destacam-se ainda a curta-metragem «Après les combats de Bois-le-Prêtre» (1915), sobre a primeira guerra mundial, o filme «The Wall» («O muro»), sobre a Alemanha, e «Socialism», de Peter von Bagh, recentemente falecido.
Há ainda registos de protestos, um pouco por todo o mundo, reunidos na sessão «Fuck the system», no dia 23, e que inclui curtos filmes feitos em Hong Kong, mas também no Chile, no Brasil, em Espanha e em Lisboa, com a curta «Todos os Rios vão dar ao Carmo».
Entre os filmes portugueses selecionados estão «Volta à terra», de João Pedro Plácido, rodado na aldeia transmonstana Uz, «Pára-me de repente o pensamento», de Jorge Pelicano, e «João Bénard da Costa - outros amarão o que eu amei», de Manuel Mozos, todos em competição, assim como «Triângulo dourado», de Miguel Clara Vasconcelos.
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