O presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, convocou todos os vereadores do executivo para uma reunião nos Paços do Concelho ao final da tarde desta sexta-feira para discutir a situação da autarquia, disseram à Lusa fontes municipais.
Fontão de Carvalho acusado do crime de peculato
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Na reunião deverá ser abordada a actual situação da Câmara da capital, depois de o vice-presidente, Fontão de Carvalho, ter sido acusado do crime de peculato em co-autoria, com outros quatro arguidos, no processo que envolve o pagamento de prémios aos administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL).
A situação de Fontão de Carvalho, que quinta-feira à noite anunciou que irá manter-se no cargo, deverá também ser discutida, depois de ser conhecida a decisão do PSD, que ao início da tarde estava reunido para ponderar se mantém a confiança política no autarca, eleito como independente pelas listas sociais-democratas à autarquia.
PSD aponta Fontão, diz Carmona
Hoje, o presidente da câmara, Carmona Rodrigues, afirmou aos jornalistas que a direcção nacional do PSD apoiou «inteiramente» a decisão do vice-presidente de se manter em funções. O autarca disse que a acusação do vice-presidente tem a ver com a atribuição de prémios a administradores da EPUL, «que não foi autorizada» pelo actual executivo. «Aliás, mal soubemos disso, dissemos para devolverem os prémios e os [administradores] que lá estão assim o fizeram», afirmou hoje Carmona Rodrigues.
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Na opinião do presidente da Câmara, «ainda está para ser provado se é legal ou não» a atribuição de prémios aos gestores. Do nosso ponto de vista, é legal», sustentou.
Para o autarca, não há assim razão para Fontão de Carvalho suspender o seu mandato.
«Há que relativizar as coisas. Há que assegurar a governabilidade da Câmara», disse, acrescentando que a suspensão do mandato da vereadora Gabriela Seara, arguida no caso Bragaparques, deu-se em circunstâncias diferentes.
Reacções dos vereadores da oposição
O vereador socialista Dias Baptista defendeu hoje que caso o vice-presidente suspendesse o mandato, Carmona Rodrigues ficaria sem condições para continuar à frente do município. O secretariado da comissão política concelhia do PS vai analisar hoje à noite a situação na câmara.
A vereadora do CDS, Maria José nogueira Pinto, defendeu que Carmona Rodrigues «não tem qualquer condição de se manter à frente da autarquia», mas considerou que cabe à direcção do PSD decidir uma solução alternativa, que poderá passar por eleições intercalares.
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