Mas no mês passado, a fuga dos investidores acentuou-se, tendo o volume de saídas líquidas (diferença entre resgates e subscrições) atingido um montante total em torno dos mil milhões de euros, de acordo com os dados preliminares apurados pelo «Diário de Notícias».
Esta evolução é uma consequência das fortes quedas das bolsas durante o período em causa. Mas surge também depois de terem sido lançados alguns alertas sobre o contágio da crise financeira ao mercado português de fundos.
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A liquidação do BPI Renda Trimestral, embora tenha servido para proteger os interesses dos participantes, foi o primeiro sinal concreto de que a crise financeira global provocada pelo crédito hipotecário de alto risco nos EUA (subprime) tinha chegado a Portugal.
Juntamente com as notícias de congelamento dos resgates em vários fundos de grandes bancos europeus (uma situação oposta à do BPI) desencadeou-se um movimento de saída dos fundos de obrigações (sobretudo os de taxa variável) que resultou na maior perda mensal de investimentos neste sector nos últimos anos.
Os alertas lançados em pleno Ecofin, com apelos à necessidade de uma maior transparência nos mercados financeiros, e as declarações na semana passada do presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários , Carlos Tavares, «não podemos presumir que Portugal não seja afectado e que não haja contágio» do subprime, provocaram uma procura de alternativas por parte dos investidores em fundos. E nos bancos a solução mais oferecida (pela rentabilidade e segurança) foram os depósitos a prazo.
De acordo com algumas fontes do sector, a maior fuga deu-se sobretudo no sector do private banking, onde se encontram os investidores com maior capacidade financeira. Apesar do impacto negativo nos fundos de obrigações, em Setembro, entrou algum investimento nos fundos de acções, em pleno período de correcção dos índices bolsistas.
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