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Depressão, desemprego e suicídio

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Crise económica é responsável por quadros depressivos que se notam já na população portuguesa

A crise económica é responsável por quadros depressivos que se notam já na população portuguesa, constituindo um «importante risco» de comportamentos autodestrutivos, tema que vai ser discutido quinta-feira em Beja num seminário sobre «Isolamento e Suicídio».

Mário Jorge Santos, sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, um dos intervenientes no seminário, referiu esta quarta-feira à Agência Lusa que esses comportamentos são especialmente detectáveis em famílias em que os dois cônjuges perderam o emprego, «o que vai sendo cada vez mais comum».

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O especialista referiu que está bem estudada a relação entre a depressão e o desemprego e entre a depressão e os comportamentos suicidários: «É de facto um triângulo muito perigoso».

Os comportamentos autodestrutivos, de que o suicídio é a forma mais grave, surgem num contexto de uma «extraordinária desesperança e de uma descrença em que se consigam resolver os problemas» e são uma das principais consequências do desemprego.

«O desemprego não só impede a pessoa de trabalhar e de ter um rendimento aceitável, como também destrói as famílias, aumenta o alcoolismo, que é um factor que está muitas vezes associado aos comportamentos suicidários. Aumenta a disfunção das famílias e destrói a auto-estima».

«A pessoa começa a achar-se incapaz, a achar que não vale nada, a achar às vezes que é só um fardo para os outros e tudo isto são ideações que podem levar a comportamentos autodestrutivos».

Num trabalho sobre «Suicídio e Saúde Mental em tempos de crise económica», o psiquiatra Nuno Pessoa Gil assinala que não basta haver médicos ou serviços de psiquiatria para atender aos efeitos da crise sobre a saúde mental das populações.

«Não há cápsulas, comprimidos ou psicoterapias estruturadas capazes de resolver problemas como a pobreza, a miséria económica ou a exclusão social».

O seminário, organizado pelo núcleo distrital de Beja da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, inclui a participação de autarcas, representantes policiais e da Direcção-Geral da Saúde, bem como psicólogos e psiquiatras.

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