A Comissão Europeia espera que Lisboa pondere «cuidadosamente» o possível impacto de novos investimentos públicos no défice, em particular num contexto de «ajustamentos orçamentais» com vista à correcção da situação das contas públicas em Portugal.
«Na hora de decidir investimentos públicos, se se tem uma estratégia de ajustamentos orçamentais, entre outras considerações terá de ser tomado em conta o impacto dos novos investimentos públicos no défice e na dívida», afirmou hoje à imprensa portuguesa o comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros, Joaquín Almunia.
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No dia em que o executivo comunitário aprovou uma recomendação que dá a Portugal até 2008 para corrigir a situação de défice excessivo, esta questão dominou hoje a conferência de imprensa na Comissão, tendo a imprensa internacional questionado se investimentos como o aeroporto da OTA e a linha ferroviária de alta velocidade, anunciados pelo governo português no quadro das Grandes Opções do Plano, são os mais acertados no actual contexto.
Em resposta, a porta-voz de Joaquín Almunia, Amélia Torres evitou «fazer julgamentos sobre investimentos públicos» em concreto, mas também sublinhou a necessidade de o governo português «ponderar cuidadosamente o possível impacto de investimentos públicos no défice».
A porta-voz repetiu uma ideia já expressa pelo comissário a jornalistas portugueses: «Os investimentos públicos não são gratuitos».
Hoje mesmo, o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações garantiu que «há a decisão política de avançar nesta legislatura com o aeroporto na Ota e com as linhas ferroviárias de alta velocidade», embora admitindo que os prazos da concretização das ligações definidos nos acordos internacionais com Espanha terão de ser renegociados.
Na véspera, Campos e Cunha salientou que os 650 milhões de euros anunciados para o investimento no novo aeroporto de Lisboa são apenas para projectos.
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