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Amadora: demolição de barracas sem incidentes

Moradores dizem que vão ficar atentos às pretensões da autarquia

Cerca de trinta moradores da Estrada Militar, na Amadora, assistiram hoje de forma pacífica à demolição de duas barracas abandonadas naquele bairro, mas asseguraram que vão manter-se vigilantes para impedir a autarquia de destruir quaisquer casas ocupadas, noticia a Lusa.

A Câmara Municipal da Amadora (CMA) afixou no início do mês dezenas de avisos que anunciavam a demolição de oitenta casas de construção clandestina, a maioria das quais ocupada, a partir de 19 de Março, e publicou uma lista com quartos e apartamentos para alugar.

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Na semana passada, após um protesto dos moradores frente à Câmara, a Associação Solidariedade Imigrante (ASI) recebeu uma carta do município, onde se pode ler que apenas irão ser demolidas casas «devolutas» e que a alteração do decreto-lei referente às verbas para reabilitação de construções sociais prevê a atribuição, até dois anos, de subsídios de apoio a famílias desalojadas e não incluídas no Programa Especial de Realojamento (PER).

«Já é um passo, mas achamos que os subsídios temporários não resolvem a situação, são meros pensos rápidos. É preciso uma solução estruturante e que o Governo e a Câmara promovam o acesso à habitação de acordo com os rendimentos de cada pessoa», disse à Lusa Rita Silva, da ASI, afirmando ter sido informada da intenção da autarquia em «deitar abaixo, até ao fim da semana, uma casa» onde mora uma mulher e vários filhos.

Confrontada com o caso, uma funcionária da Câmara que fiscalizava os trabalhos da manhã de hoje não esclareceu a questão e referiu apenas que «de momento, o que está ocupado não vai ser demolido», uma afirmação que não mereceu, contudo, a confiança dos moradores.

«Parece que não vão cumprir aquilo que nos prometeram na carta», referiu Rita Silva, para quem a acção da autarquia revela «prepotência e abuso de poder».

Apesar do ambiente pacífico em que decorreram as operações - acompanhadas por cinco elementos da PSP -, um grupo de moradoras estabeleceu um horário, a funcionar por turnos, para manter um piquete de vigilância e garantiu trancar-se em casa se as máquinas avançarem contra as suas habitações.

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