O economista Vítor Bento comentou, em entrevista à TVI24, a «barreira psicológica» dos sete por cento de juros da dívida pública, que foi ultrapassada esta terça-feira, antecipando a possibilidade de intervenção do Fundo Monetário Internacional.
«Temos um problema de défice elevado que temos de corrigir. Mas o FMI não é nenhum milagre, nem tem uma varinha mágica para resolver o nosso problema. Julgo que dramatizamos em excesso esta questão. A intervenção do FMI vai ser vista como um mal ou uma derrota e não tem de ser assim», disse.
PUB
O presidente da SIBS alertou que é necessário um «ajustamento muito grande em termos orçamentais», que «não deve ser feito apenas num ano, porque os custos sociais seriam muito grandes e poderia ter custos políticos dramáticos».
O ideal seria, para o conselheiro de Estado, um ajuste de três anos, ou seja, até 2013, sendo necessário garantir financiamento para esse período.
«Pode ser discutível este financiamento ser obtido no mercado, no dia-a-dia, ou se fazia mais sentido preparar uma solução em termos europeus, com uma instância supra-nacional, um fundo europeu», sugeriu.
Para Vítor Bento, a solução pode estar em «criar uma solução sistémica dentro da Europa» para que «o auxílio fosse dado antes que o país fosse às cordas», como aconteceu no caso da Grécia.
«Esse fundo europeu dizia: vocês não têm de se preocupar com os mercados, só com o vosso trabalho, e nós financiamos», concluiu.
PUB