A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) pediu uma reunião com a «troika» para dizer aos técnicos internacionais que as autarquias não têm nada a ver com o actual endividamento do país.
Em declarações à agência Lusa, o presidente Fernando Ruas explicou que a carta que enviou à «troika» detalha que a ANMP está disponível para explicar o ponto de vista das autarquias porque, «ao contrário de outros», os municípios «não andaram a dormir» e «nada tiveram a ver com a situação incrível a que o país chegou».
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«Nós, que até passámos com um superavit, que até damos respostas sociais (havendo quem diga que o único apoio que tem é o das autarquias) ainda corremos o risco de ter menos meios, mais cortes financeiros porque outros andaram a dormir, a brincar com isto», disse Ruas, que é também presidente da câmara de Viseu, eleito pelo PSD.
Por isso, perante a perspectiva de novos cortes no financiamento das autarquias, Fernando Ruas entende que se quem decide, «atender ao que foi o contributo das câmaras para o défice, não haverá corte nenhum» para os municípios que até devem ter «direito a um elogio».
«Se querem cortar, que cortem de forma racional, onde podem, onde há gorduras, não cortem, com erros naturalmente, onde se faz um trabalho apreciado e de proximidade», defendeu, deixando claro que, na sua perspectiva, «não há onde cortar mais».
«Pode-se sempre não se fazer investimentos, reduzindo na actividade, mas não queria chegar a uma situação em que as câmaras apenas existam para se manterem, era a negação da existência de uma instituição e de uma autarquia em particular», lá admitiu, porque «o que tem de ser tem muita força e se alguém tiver capacidade de impor», as autarquias terão de aceitar a decisão, porque estão «no fim da linha» e «não têm outro remédio».
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