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PT: «Fomos enganados, defraudados e roubados pelo Espírito Santo»

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Ex-administrador financeiro do BES acusa diretamente Ricardo Salgado de, durante as negociações sobre as aplicações de quase 900 milhões de euros na Rioforte, ter omitido «informação relevantíssima»

Mais tarde, na mesma audição na comissão de inquérito, Pacheco de Melo recordava uma reunião com Manuel Fernando Espírito Santo, ex-chairman da Rioforte, usou mesmo a expressão «roubados». Baseado na «confiança» de 13 anos de parceria estratégica entre o BES e a PT, Luís Pacheco de Melo acreditou nas informações que vinham do GES sobre a Rioforte e daí ter executado as aplicações de quase 900 milhões de euros, que vieram a revelar-se desastrosas para a Portugal Telecom. Antes, o ex-administrador financeiro já tinha revelado que , desmentindo a versão do ex-presidente da PT. Mais tarde, acusou o ex-CEO da Rioforte, João Pena, de ter contribuído para essa omissão, uma vez que tem «muitas dúvidas» que tivesse sido Salgado a fazer a apresentação em que apoiou a sua defesa da Rioforte. O conselho de administração da Rioforte tinha de ter, pelo menos, «conhecimento» das informações que estavam a ser transmitidas e que, segundo Pacheco de Melo, não estavam completas. Pacheco de Melo confirmou as versões de Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, segundo as quais «nunca» os auditores externos ou internos fizeram «qualquer reparo» sobre as aplicações que ao longo do tempo iam sendo feitas no GES.

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O ex-administrador financeiro da Portugal Telecom acusa os responsáveis do Grupo Espírito Santo de terem «enganado» a PT, sustentando-se na relação de «confiança» entre o BES e a operadora.  

«Estou perfeitamente convicto que a PT, eu, o seu presidente e os trabalhadores fomos enganados e defraudados pelo Espírito Santo e pelos seus mais altos responsáveis».

João Pena, ex-CEO da Rioforte, e Ana Paula Alves, ex-CFO da Rioforte, já depois de ter percebido que a PT iria ficar com um «buraco» de 807 milhões, e

«Tínhamos sido roubados e defraudados por aqueles indivíduos e eles não apresentavam solução nenhuma».

Daí, o ex-CFO negar que os responsáveis da PT tenham sido pouco cuidadosos nos investimentos no GES, prejudicando a fusão com a Oi e levando até, ao limite, à venda da PT Portugal à Altice.  

«Nunca foi nossa intenção transferir para a Oi um ativo que se viesse a verificar tóxico. Não tínhamos informação nenhuma do estado em que estava a Rioforte». 

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foi Henrique Granadeiro a decidir o investimento fatal na Rioforte

Segundo Luís Pacheco de Melo, a informação fornecida à PT sobre a Rioforte «omitia deliberadamente informação relevantíssima», como os valores da transação da ESFG. E acusa diretamente Ricardo Salgado por essa omissão.  

«Por mais pessoas que possam passar aqui a dizer o contrário, esta informação não estava disponível. O presidente do grupo transmitiu-me uma informação e alterou significativamente essa transação. Essa, se não foi a única, foi a principal causa do colapso da Rioforte».

O ex- administrador financeiro da PT sublinhou que só teve conhecimento do verdadeiro estado da Rioforte «em junho». E, portanto, rejeita o cenário de, durante as negociações, entre fevereiro e abril, não ter analisado bem as operações.  

«Contra fraude de informação, não há análise que resista».

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Sobre o peso de Salgado dentro da Portugal Telecom, o ex-CFO confirmou que «não havia decisão estratégica» da operadora que «não tivesse presente» a «opinião» do presidente do BES.

O ex-administrador financeiro considerou ainda que «a degradação do valor da PT não se deve apenas à Rioforte».  

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