Está confirmado que Ricardo Salgado vai ser ouvido na comissão de inquérito ao BES na próxima terça-feira, dia 9 de dezembro, mas não trará consigo, nem enviará à Assembleia da República, as atas e as gravações dos encontros do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES), que lhe tinham sido solicitadas.
O ex-presidente do BES alega que esses documentos estão em segredo de Justiça. Numa carta enviada aos deputados, refere que foram «apreendidos» nas buscas realizadas no âmbito das operações Monte Branco e GES.
A notícia, avançada pelo «Expresso», foi confirmada depois pela TVI24 junto da comissão de inquérito. Ricardo Salgado «disponibilizou-se» para prestar «todos os outros esclarecimentos» aos deputados, desde que não sejam sobre matérias como essa.
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Na carta, a que a TVI24 teve acesso, Salgado escreve que a solicitação dos deputados «poderia, desde logo, suscitar questões de reserva da intimidade, designadamente no que respeita a suportes digitais de gravação áudio», como a lei prevê, e que o ex-presidente do BES cita na missiva. Mas a justificação vinculativa para não apresentar os documentos é mesmo o segredo de Justiça:
«(...) em 23 de julho e 27 de novembro do presente ano, foram realizadas diligências de buscas nos processos-crime «Monte Branco» e «Universo Espírito Santo», em que sou visado (...). É igualmente público que, no âmbito das referidas diligências, o meu domicílio pessoal e os espaços que utilizei (e utilizo) para fins profissionais foram objeto de buscas, tendo toda a documentação relativa às reuniões do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo que tinha na minha posse sido apreendida. Consequentemente, os objetos apreendidos passaram a integrar os aludidos processos judiciais, que se encontram em fase de inquérito e aos quais foi aplicado o segredo de justiça»
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Na cronologia e na infografia que se seguem, pode consultar os principais tópicos das audições já realizadas:
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