A empresas de transportes rodoviários estão “já nos limites” devido à falta de combustível motivada pela greve dos motoristas de matérias perigosas, disse à agência Lusa o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP).
Luís Cabaço Martins fez o ponto de situação com as associadas na segunda-feira, primeiro dia da greve, e concluiu que as empresas estão “já nos limites”, sendo que “alguns operadores não estão a ser reabastecidos”.
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Já havia recusas de abastecimentos por parte das petrolíferas e agora é uma questão de se esgotarem as reservas”, referiu o líder associativo.
A ANTROP espera que o problema “fique resolvido rapidamente, senão vamos ter situações no curto prazo muito complicadas”, disse Cabaço Martins, que reforçou que espera que a questão seja solucionada “entre hoje e amanhã [quarta-feira], porque de outra forma começamos seguramente a ter problemas na circulação”.
Caso persista a falta de abastecimento, Cabaço Martins garantiu que alguns operadores “irão começar a ter problemas nos próximos dias seguramente e, se demorar muito”, haverá dificuldades em todos.
A ANTROP viu “com bons olhos esta tomada de posição do governo”, bem como a “requisição civil que prevê o abastecimento das empresas de transportes públicos”, de acordo com o presidente da associação.
Achamos que independentemente do direito à greve, os serviços públicos têm que ser assegurados. O Governo sabe disso e aguardamos que o assunto fique resolvido hoje para que não se ponha em causa o serviço público de transportes”, indicou Cabaço Martins.
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Em causa está a greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo.
Entretanto, a portaria que efetiva a requisição civil dos motoristas de matérias perigosas foi hoje publicada em Diário da República e produz efeitos até ao dia 15 de maio.
Grupo Barraqueiro com combustível para “mais um ou dois dias”O Grupo Barraqueiro tem combustível para “mais um ou dois dias no máximo”, mas, se a greve dos motoristas de matérias perigosas se prolongar, admite “suprimir serviços públicos de transportes”, disse esta terça-feira fonte da empresa.
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Podemos suportar mais um ou dois dias no máximo”, disse à Lusa o diretor com o pelouro da comunicação, Luís Cabaço Martins, adiantando que as empresas do grupo estão “sem ser abastecidas” desde segunda-feira, quando começou a greve.
O Grupo Barraqueiro “está muito preocupado com a situação” e, segundo Luís Cabaço Martins, “corre o risco de suprimir serviços públicos se a situação não for resolvida rapidamente”.
O Grupo Barraqueiro integra as empresas Barraqueiro Oeste, Boa Viagem, Mafrense, Ribatejana, Eva Transportes, Frota Azul, Rodoviária do Alentejo, Rodoviária de Lisboa, Rodoviária do Tejo, Henrique Leonardo Mota Lda, Translagos, Trevo-Transportes Rodoviários de Évora e Marques Barraqueiro, que asseguram serviços públicos de transporte no país, de acordo com a página da internet do grupo.
STCP tem diesel para o funcionamento da frota no imediatoA Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) adiantou à Lusa ter combustível diesel para o funcionamento da sua frota “no imediato” tornando-se, contudo, “essencial e urgente” o reabastecimento a curto prazo.
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A propósito da greve dos motoristas de matérias perigosas, e contactada pela agência Lusa, a empresa referiu que das 419 viaturas que compõem a sua frota, apenas 38% são movidas a diesel.
As restantes são a gás natural e 100% elétricas, acrescentou.
Para o “imediato”, a STCP revelou ter disponível combustível diesel para o funcionamento da frota, tornando-se “essencial e urgente” o reabastecimento a curto prazo para evitar “potenciais constrangimentos” na operação regular.
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