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Missão da UE está em Espanha a analisar desequilíbrios

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Equipa comunitária termina trabalhos na sexta-feira. Segunda visita em apenas um mês

É a segunda vez em apenas um mês que uma missão da Comissão Europeia visita Espanha. Madrid recebe já esta manhã técnicos de Bruxelas encarregados de supervisionar as medidas que estão a ser aplicadas pelo governo para corrigir os desequilíbrios económicos, numa altura em que o país vizinho tem estado sob grande pressão dos mercados.

A equipa comunitária termina os trabalhos na sexta-feira, segundo confirmaram ao «El País» fontes da Comissão Europeia e do governo de Espanha.

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Para além da equipa da Comissão Europeia, fazem parte das reuniões que vão decorrer no Ministério da Economia também um grupo de especialistas do Eurostat.

O Banco de Espanha e o Instituto Nacional de Estatística do país vizinho deverão ser também visitados.

«Missão é técnica e procedimento normal»

Entretanto, fontes do Governo confirmaram à Lusa que esta é uma missão é «puramente técnica», que «faz parte do procedimento normal».

Aliás, de acordo com um porta-voz do executivo comunitário este procedimento estava previsto desde a adoção, em fevereiro passado, do primeiro relatório do mecanismo de alerta para a prevenção e correção de desequilíbrios macroeconómicos, que identificou 12 Estados-membros que, segundo a Comissão, necessitavam de uma análise mais detalhada, entre os quais Espanha.

Olivier Bailly salientou que missões idênticas àquela que estará em Madrid entre hoje e sexta-feira já foram enviadas para outros Estados-membros, entre os quais França e Reino Unido, do mesmo modo que outras missões serão enviadas «nas próximas semanas» para outros dos 12 Estados-membros.

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Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Hungria, Itália, Suécia e Reino Unido são os Estados-membros da União Europeia que merecerão análises macroeconómicas mais profundas, indicou a Comissão a 14 de fevereiro passado, quando adotou o seu primeiro relatório do mecanismo de alerta, do qual Portugal ficou de fora, por já se encontrar sob um programa de assistência financeira e, como tal, sob vigilância acrescida.

As conclusões da equipa integrarão depois um estudo «a fundo» que está a ser preparado sobre a economia espanhola.

A última análise europeia mais recente confirma que Espanha ultrapassa os níveis máximos em seis dos 10 indicadores de referência para detetar riscos económicos. Entre eles está o nível da dívida privada e a taxa de desemprego, que deve ter atingido 24,6% nos três primeiros meses do ano, o equivalente a mais de 5,6 milhões de desempregados.

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Tudo o que se passa em Espanha é olhado com muita atenção por Portugal, uma vez que se o país vizinho descarrilar, a economia nacional, que já está nos braços da ajuda externa, enfrentando uma crise profunda, poderá ficar ainda pior.

Ainda ontem o presidente do BES alertou para isso mesmo. Ricardo Salgado disse que «Portugal está a trabalhar bem», mas Espanha está «numa situação difícil».

Ontem o BCE quis acalmar os ânimos, ao assegurar que a pressão sobre Espanha é injustificada. As medidas do governo e o programa de compras de obrigações deveriam acalmar mercados.

Mas já hoje a ministra austríaca das Finanças avisou que os «problemas em Espanha podem prejudicar Portugal».

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