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Espanha acumula em 5 meses défice previsto para o ano

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Défice do Estado sobe 3,41 por cento até maio, apenas 0,09 por cento abaixo do limite imposto por Bruxelas para 2012

O Estado espanhol registou até maio um défice de 36.364 milhões de euros, equivalente a 3,41 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), apenas 0,09 por cento abaixo do limite fixado por Bruxelas para o ano todo (de 3,5 por cento), de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo governo.

Mesmo assim, se contabilizarmos as regiões autónomas, o défice público pode ficar, no final de 2012, nos 5,3 por cento.

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Para já, o valor do défice estatal representa uma subida de quase um ponto percentual acima do registado no mesmo período do ano passado, quando o défice atingiu os 2,59%.

No entanto, se a comparação for feita considerando a execução de determinadas despesas ou as devoluções impositivas às comunidades - este ano antecipadas -, o défice do Estado caiu para 2,38% do PIB, ligeiramente abaixo dos valores de 2011.

Uma comparação mais adequada, na opinião da secretária de Estado de Orçamentos, Marta Fernández Currás, que apresentou os dados das contas do Estado e que insiste estão «numa tendência decrescente», segundo escreve a Lusa.

Apesar dos valores elevados do défice, Currás mostrou-se convencida de que a tendência de descida se acentuará permitindo a Espanha cumprir os objetivos do défice acordado com Bruxelas.

Currás destaca que a maior parte das medidas de consolidação fiscal previstas pelo governo ainda não surtiram efeito, como é o caso de uma parte da subida do IRPF (equivalente ao IRS), a modificação no pagamento do Imposto de Sociedades e os efeitos da regularização extraordinária de ativos ocultos.

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«Uma vez mais Espanha confirma que cumprirá com os cenários próprios do contexto europeu», disse a secretária de Estado de Orçamentos.

Maior rombo foi sentido nas receitas com impostos

O défice acumulado até maio resulta de despesas não financeiras de 68.072 milhões de euros, e receitas não financeiras que ascenderam a 31.708 milhões.

Currás considerou que a queda de receitas é «coerente» com a situação económica de grande dificuldade que vive o país.

Em termos das receitas os dados divulgados confirmam um aumento do IRPF de 0,8%, para 30.124 milhões de euros, em particular devido ao aumento dos impostos aprovados no final de 2011.

Apenas o IRPF regista aumentos nas receitas que caíram em todos os outros impostos: o encaixe das Sociedades reduziu-se em 8%, para os 3.571 milhões de euros, as receitas do IVA deslizaram 10,1% (para 2.782 milhões de euros) e as dos impostos especiais caíram 2,8%.

Recessão agravou-se no 2º trimestre

Também esta manhã o Banco de Espanha divulgou o seu boletim estatístico referente ao mês de junho, concluindo que a recessão se agravou: o PIB caiu 0,4% face ao mesmo período do ano passado, contra a queda de 0,3% verificada nos primeiros três meses do ano.

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«A informação mais recente aponta para que a atividade diminuiu a um ritmo mais intenso», em paralelo com um «aumento da aversão ao risco e uma elevada volatilidade dos mercados», lê-se no relatório citado pelo «El País».

A condicionar o agravamento da economia espanhola estão as quedas no consumo privado, nas vendas de casa e do comércio, em mínimos de 2003, justifica a equipa liderada por Luis Maria Linde.

As vendas de carros reforçaram as quedas em maio, afundando 15,3% face ao mesmo mês de 2011. Pelo mesmo caminho vai o consumo das grandes empresas, a produção industrial (menos 13% em comparação com o homólogo).

Espanha atravessa, assim, tempos difíceis à mercê da «histeria dos mercados». Aliás, ainda esta manhã, Mariano Rajoy admitiu que, aos preços atuais dos mercados de dívida, Espanha não se conseguirá financiar «durante muito tempo».

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