O antigo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, considerou este sábado que os responsáveis europeus agiram, nesta crise, «muito pouco e demasiado tarde».
Delors criticou, em entrevista ao «Daily Telegraph», a acção tardia da Europa na gestão do euro, sobretudo quando se apercebeu de que alguns países já estavam em dificuldades devido à crise da dívida soberana.
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«Os ministros das Finanças não quiseram ver nada que fosse desagradável e que tivessem sido obrigados a gerir», adiantou antes de explicar que os problemas da Zona Euro são consequência de «uma combinação entre a obstinação da visão alemã do controlo monetário e da ausência de visão clara por parte dos outros países».
Para o «arquitecto» da moeda única «os mercados são os mercados. E de agora em diante vão ser minados pela incerteza», sobretudo depois de Angela Merkel ter mostrado abertura -juntamente com Nicolas Sarkozy - para alterar os tratados europeus, refundar a Europa e criar uma união orçamental no seio da Zona Euro.
Zona euro é defeituosa desde a origem
O antigo presidente da Comissão Europeia disse ainda que a Zona Euro é defeituosa desde a sua criação.
Delors, que chefiou a Comissão entre 1985 e 1995, considerou que os erros cometidos no lançamento do euro em 1999 conduziram à actual crise e admitiu que a Alemanha terá dificuldades em encontrar uma solução.
Ontem o Presidente da República, Cavaco Silva, disse em entrevista à revista «Time» que a moeda única europeia será credível, manifestando a convicção de que dentro de um ano ou de 20 anos «o euro estará aqui».
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