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Portugal mais perto de sair da Zona Euro?

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A resposta é sim, caso o país não consiga cortar o défice externo, acredita o economista Ferreira do Amaral

Se Portugal não conseguir reduzir o défice externo terá, a prazo, de sair da Zona Euro. A opinião é do economista João Ferreira do Amaral, para quem as conclusões da última cimeira europeia são «completamente negativas».

«Se não conseguirmos reduzir o défice externo, a prazo não teremos grandes condições para permanecer no euro, porque não podemos recorrer ao financiamento externo da forma como recorremos no passado», disse Ferreira do Amaral, em declarações à agência Lusa, à margem do seminário «Europa 2020».

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«Já ninguém, ou quase ninguém, hoje nos empresta de boamente. Se ficarmos sem financiamento externo, isso implica uma saída do euro», acrescentou, referindo que «o único antídoto» contra essa situação é «reduzir as necessidades de financiamento externo».

O Banco de Portugal, no seu Boletim Estatístico da Primavera, divulgado esta terça-feira, perspectiva que o défice externo aumentará para 8,9% do PIB em 2011.

Para Ferreira do Amaral, é necessário adoptar políticas orçamentais, de crédito e de emprego para apoiar a produção de bens transaccionáveis, para reduzir «gradualmente e de forma controlada» o défice externo.

«Se o nosso país não conseguir ou for impedido pelas instituições comunitárias de realizar um programa de prazo longo de discriminação positiva dos bens transaccionáveis, então não terá condições de pertencer à Zona Euro e teremos, de uma forma ou de outra, de sair a prazo provavelmente não muito longo».

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Ferreira do Amaral criticou ainda as conclusões da cimeira europeia, na última semana, que disse reflectirem sobretudo a forma alemã de ver a economia.

«O que está em causa são as teses alemãs de que a competitividade é exclusivamente uma questão de equilíbrio orçamental e de redução de salários. Isto é completamente negativo [para Portugal] porque vai num sentido que não é o verdadeiro», disse o economista.

Entre outras conclusões, a cimeira de Bruxelas aprovou a introdução de limites máximos à dívida pública de cada país, bem como tectos às reformas antecipadas e o alinhamento do sistema de pensões com a à esperança de vida e medidas de flexibilização do mercado de trabalho.

«Os nossos problemas de competitividade não são estes», frisou Ferreira do Amaral, que considerou que «o Conselho Europeu deu uma triste imagem de uma Europa inepta e totalmente subordinada às teses alemãs, [empurrando] os países mais periféricos para uma situação insustentável dos pontos de vista económico, financeiro e de emprego».

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