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Falências são responsáveis por 54% dos despedimentos

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Portugal é o pior caso da Europa. Foram suprimidos quase 4.700 postos de trabalhos nestas condições desde Julho de 2007

Portugal é o pior exemplo da Europa no que diz respeito aos despedimentos que surgem na sequência de falências ou encerramentos de empresas. Esta opção mais radical tem sido predominante no país, desde meados de 2007. E piorou com o pico da crise. Mais de 54% das reduções de postos de trabalho acontecem por esses motivos, avança esta terça-feira o jornal «i».

Se na maioria dos outros países europeus imperam processos de reorganização que dão uma oportunidade para que as empresas se mantenham activas, por cá o cenário é bastante mais negro. E o balanço deste ano segue o pessimismo dos anteriores, segundo os dados do Centro Europeu para a Monitorização da Mudança (CEMM), que depende da instituição europeia Eurofound.

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Contas feiras, desde Julho de 2007 foram suprimidos 8.576 postos de trabalho, dos quais 4.663 (os tais 54%) resultaram de falências. Na vizinha Espanha, os números são um pouco mais modestos (31%) e a Roménia é o país que passa com alguma distinção nesta área (4%).

«Fechar portas é a decisão mais fácil»

«Eventualmente, a forte incidência de falências na economia prende-se com o tipo de estrutura empresarial: em Portugal as empresas são mais pequenas e muitas estão endividadas, o que as torna mais frágeis face à crise e à concorrência», explicou à mesma publicação Manuel Caldeira Cabral.

Este economista da Universidade do Minho disse ainda que «o mercado também é mais pequeno, tem menos escala, e às vezes a decisão mais fácil é fechar portas e procurar negócio noutra actividade».

Norte do país é das regiões mais afectadas

É o que tem acontecido por cá. No relatório de Junho, o CEMM frisa que, no que diz respeito à indústria europeia «o maior caso de destruição de empregos [em Maio] está relacionado com o plano da companhia alemã Rohde, o maior fabricante de calçado em Portugal, para fechar a sua fábrica em Santa Maria da Feira, com a perda de 980 postos de trabalho».

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Números que complicam ainda mais as estatísticas de desemprego do Norte do país, que já são das mais elevadas: 12,5%, no primeiro trimestre do ano, o que compara com os 10,6% da média nacional.

Outro exemplo apontado pela CEMM é o do encerramento da fabricante de cerâmicas do distrito de Coimbra Poceram, anunciado em Março. A empresa não encontrou um investidor a resgatasse do fundo do poço em que se encontrada desde meados de 2009.

O único ponto positivo é que «com o fecho de algumas empresas pode ocorrer um fenómeno de concentração; se as empresas forem maiores, isso poderá ser melhor para competirem».

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