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Café e cigarro: vício prestes a ficar mais caro

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Tabaco já está a aumentar, café deve subir em breve

Fumar um cigarro enquanto toma um café é um gesto que vai sair mais caro. O preço dos maços de tabaco já está a subir e a caminho pode estar também um aumento no custo da «bica».

O aumento do tabaco decidido para 2010 começa agora a chegar ao bolso dos consumidores. A categoria de preços mais vendida em Portugal é utilizada para calcular o imposto mínimo e subiu 10 cêntimos. A juntar o aumento do IVA, em alguns maços a subida acabou por ser de 15 cêntimos.

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«O aumento do imposto entrou em vigor logo no início do ano, mas demorou a chegar ao bolso dos fumadores, uma vez que os distribuidores e revendedores tinham stocks acumulados. Só quando esses stocks se esgotaram é que começaram a ser vendidos os maços novos, que saíram da Tabaqueira este ano e que já têm o novo preço. Esses maços vão chegando gradualmente às máquinas e prateleiras e, por esta altura, a subida de preço já começa a fazer-se sentir em muitos pontos de venda», explicou fonte do sector à Agencia Financeira.

Na categoria de preço mais vendida em Portugal encontram-se marcas como a Marlboro King Size Box, o SG Ventil RS Soft Pack, a Camel Filters, Aguia King Size Box Pack e SG Filtro RS Soft.

Café cada vez mais caro nos mercados internacionais

No que se refere ao café, o aumento tem outras razões. Ainda não chegou mas pode não demorar. O aumento do preço da matéria-prima nos mercados internacionais, aliado à desvalorização do euro e ao transporte mais caro está a levar os industriais do sector a ponderarem uma actualização.

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Segundo o «Público», desde o início do ano, o preço destas matérias-primas tem vindo a subir e para a Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), o contexto de crise e as condições de mercado traçam um cenário inevitável: a actualização de preços de venda ao público.

«A subida da matéria-prima resulta em perda directa de margem para os industriais deste sector, situação muito difícil de gerir, pois é mais um factor negativo a juntar ao decréscimo de consumo e enquadramento económico que se vive», refere Margarida Ferreira, secretária-geral da AICC.

Aumentos podem chegar aos 6%

A manter-se a conjuntura, João Dotti, director-geral da Nutricafés (que detém as marcas Nicola, Chave d"Ouro e Inducci), diz que é «impossível manter os preços», prevendo um aumento a curto prazo que pode chegar aos quatro e seis%, se a opção for «repercutir a totalidade do aumento da matéria-prima». A última actualização aconteceu há 18 meses na ordem dos 3% (preços líquidos).

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Já em Abril, a NewCoffee, que vende as marcas A Cafeeira, Lavazza ou Bogani, aumentou os preços dos lotes em 3%, mas, caso a tendência se mantenha, será «forçada» a reflectir a escalada do preço nos clientes. «De Abril até agora a evolução da matéria-prima já ultrapassou largamente os pressupostos então utilizados para fazer o acerto. A NewCoffee está a desenvolver todos os esforços no sentido de não repercutir este forte agravamento. No entanto, a manter-se esta tendência, poderemos ser forçados a reavaliar a situação», refere a empresa, em resposta enviada ao «Público» por e-mail.

Este ano a Delta já aumentou cerca de 50 cêntimos o quilo e os comerciantes não se admirariam se viesse outro aumento a caminho.

Cada português consome em média 4 kg de café por ano

Aos balcões de restaurantes e pastelarias de todo o país são servidos, em média, mais de 21 milhões de cafés por dia e, apesar de Portugal não ser o campeão europeu no consumo da tradicional bica, este é um dos hábitos sociais mais característicos. O consumo per capita ronda os quatro quilos por ano, quando a média europeia é de seis quilos.

O aumento do preço final de venda ao público só poderá ser evitado se a restauração decidir absorver o aumento, o que já aconteceu antes, devido à crise. É que os clientes não têm dinheiro.

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