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Crise e corte de salários: médicos espanhóis fogem de Portugal

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Profissionais do país vizinho já só são 1.800

A actual crise económico-financeira que se vive em Portugal e as medidas de austeridade que têm vindo a ser implementadas, agudizaram as condições de trabalho de muitos médicos espanhóis, que agora optam por abandonar o país, avança a Lusa.

A Associação de Profissionais da Saúde Espanhóis em Portugal (APSEP) disse à agência de notícias espanhola EFE que, actualmente, trabalham em Portugal 1.800 médicos espanhóis. Quase 2.200 exerciam em território nacional há cinco anos.

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O presidente do organismo disse à EFE que com a descida salarial dos funcionários, que pode ir até aos 10% para os ordenados mais elevados, incluída pelo executivo de José Sócrates no seu pacote de medidas de austeridade, um médico do sector público ganha em Portugal entre 20 a 25% menos do que em Espanha.

Portugal oferecia mais que Espanha mas isso está a mudar

«O boom de médicos espanhóis ocorreu entre 1999 e 2002, porque em Espanha se dizia que havia profissionais a mais e não abriam concursos. As pessoas optaram então por imigrar para Portugal, Itália e Reino Unido», explicou Xoán Gómez.

De acordo com o dirigente associativo, Portugal apresentava-se na altura como uma opção atractiva para os médicos espanhóis, que oferecia «estabilidade e perspectivas de futuro». «Muitos médicos vinham de condições precárias em Espanha, com contratos de fins-de-semana ou de meses, enquanto em Portugal se podia entrar como funcionário público», uma «segurança laboral» que compensava os salários mais baixos.

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Até agora, um médico em Portugal recebia entre 10 a 15% menos que um médico com a mesma categoria e anos de profissão em Espanha, o que somado ao corte salarial aprovado este mês aumenta ainda mais a diferença salarial entre os dois países.

Na opinião de Xoán Gómez, assiste-se agora em Portugal ao processo inverso ao de Espanha, com contratos precários e um agudizar das condições de trabalho, consequência também, entende o dirigente da APSEP, da privatização de alguns hospitais, como o de Braga.

Apesar de reconhecer que ainda é cedo para tirar conclusões, uma vez que a redução salarial é recente, Xoán Gómez considera que as vantagens que Portugal oferecia já não existem e que há agora mais pressão sobre os médicos espanhóis.

Na Ordem dos Médicos (OM) estão registados cerca de 40 mil médicos, sendo que um em cada dez é estrangeiro e do total de 4.400 médicos estrangeiros, mais de metade (2.631) vêm da União Europeia.

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