Se desde 2008 e até ao primeiro trimestre deste ano, as famílias pouparam mais, atingindo uma taxa de poupança de 11,3% em Março, de lá para cá os portugueses têm posto menos dinheiro no mealheiro.
A taxa de poupança caiu de 10,8% para 10,6% no terceiro trimestre, reflexo do «crescimento das despesas de consumo final que suplantou o crescimento mais moderado do rendimento disponível das famílias», revelam esta quarta-feira as contas nacionais trimestrais do Instituto Nacional de Estatística (INE).
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Não é de admirar. A população viu-se confrontada este ano com o aumento do IVA em um ponto percentual para os 21%. Os preços dos produtos aumentaram, com o encarecimento das matérias-primas e a juntar a isso houve ainda a escalada imparável dos preços dos combustíveis. A austeridade veio para ficar e há novos aumentos já para a semana. Entrar com o pé direito no novo ano pode ser mais difícil, uma vez que o dinheiro não estica.
Empresas: investimentos encolhem há dois anos
No plano empresarial, os reflexos da crise fazem sentir-se há dois anos consecutivos.
Desde o terceiro trimestre de 2008 que a taxa de investimento das sociedades não financeiras tem vindo a diminuir, de cerca de 29% para 23%.
As explicações são várias: o acesso ao crédito é cada vez mais apertado, com as taxas de juro a aumentarem consideravelmente e a conjuntura é de pessimismo e incerteza. Há quem antecipe uma recessão em Portugal no próximo ano, pelo que qualquer passo em falso pode vir a ser prejudicial para as empresas, que preferem jogar pelo seguro e adiar investimentos. Tudo para poderem fazer face às despesas actuais.
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