A associação de hotelaria e restauração expôs esta quinta-feira ao Presidente da República uma das «mais difíceis» situações de sempre no sector, com o aumento do IVA e a «perseguição» que constituirá a eventual restrição do consumo de tabaco.
«O senhor Presidente mostrou apreensão por aquilo que se está a passar neste momento no sector. O sector passa por uma situação das mais difíceis de sempre. Vamos tentar dar a volta à situação e, para isso, vamos trabalhar ainda mais do que aquilo que temos feito com os nossos empresários», disse o presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) citado pela Lusa.
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À saída de uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa, Mário Pereira Gonçalves considerou «ridículo» que a lei do tabaco possa ser vir a tornar-se ainda mais restritiva.
«Parece que há uma perseguição ao sector da restauração e bebidas», acusou o presidente da AHRESP, considerando que há uma «lei que funciona há quatro anos e bem», que obrigou a investimentos por parte dos empresários do sector, com a compra de equipamentos que, em muitos casos, ainda estão a pagar. Foi «dinheiro deitado fora, provocado pelos políticos que temos», acusou.
20 mil empresas podem fechar
A eventual revisão da lei do tabaco foi um tema «aflorado» na audição com Cavaco Silva, disse Mário Pereira Gonçalves.
A associação deu conhecimento a Cavaco Silva de uma petição que está a realizar para que o aumento do IVA para 23 por cento, no âmbito do Orçamento do Estado para este ano, volte a ser discutida na Assembleia da República.
De acordo com dados da AHRESP, este aumento da carga fiscal provocará o encerramento de 20 mil empresas e a eliminação de 47 mil postos de trabalho, em 2012 e 2013.
A segurança nos estabelecimentos hoteleiros e de restauração foi outro dos temas levados ao Presidente da República pela associação, tendo-se verificado nos últimos dias dois assaltos com violência que colocaram em «perigo de vida» dois empresários.
«O senhor Presidente está preocupado com a situação não só do nosso sector mas do país e, por conseguinte, ficou apreensivo com alguma informação que lhe trouxemos», disse Mário Pereira Gonçalves sobre a sensibilidade que Cavaco Silva manifestou relativamente às preocupações levadas a Belém pelo sector da hotelaria e restauração.
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