A agência de notação financeira Moody`s tem o rating português na mira. Esta quarta-feira, a casa de notação deixou o alerta: pode estar a caminho um possível corte na notação da dívida pública portuguesa.
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Actualmente, o rating de Portugal é Aa2, mas pode sofrer uma descida de «um ou, no máximo, dois níveis», no prazo de 3 meses.
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A agência, que colocou a dívida soberana de Portugal sob vigilância negativa desde Outubro de 2009, justificou este anúncio, divulgado numa nota à imprensa, com «a recente deterioração das finanças públicas portuguesas, assim como os desafios de longo prazo que a economia enfrenta».
Para o analista sénior para o risco de soberanos da Moody`s, Anthony Thomas, no contexto de uma «pequena economia com baixo crescimento, esta dinâmica de endividamento poderá não ser consistente com um rating Aa2».
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Caso este anúncio se concretize, o objectivo é «reposicionar» Portugal no sentido de «reflectir uma deterioração potencialmente duradoura da dinâmica das finanças públicas», como explica Anthony Thomas.
Este anúncio surge no momento em que Portugal está sob a mira dos mercados, depois do corte do rating pela Standard & Poors, na semana passada, e com os investidores muito receosos com os riscos de contágio da crise da Grécia para Portugal.
No entanto, sublinha Anthony Thomas, «o governo reiterou, mais recentemente, os seus objectivos de atingir, ou mesmo, superar a meta de redução do défice, inscritas no Programa de Estabilidade e Crescimento», o que se pode reflectir «em riscos de refinanciamento mais modestos».
Este anúncio surge no mesmo dia em que a Comissão Europeia reviu em alta o crescimento da economia portuguesa, o que levou o ministro das Finanças a pedir que os mercados reflictam «o tom positivo das previsões».
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No entanto, a bolsa de Lisboa está a reagir, e de forma muito acentuada, ao alerta da Moody`s. O principal índice, o PSI20, está a perder mais de 2%, com a maioria dos títulos no vermelho. A meio da manhã, as previsões de Bruxelas tinha suavizado as perdas do mercado - com o PSI20 a tocar no verde -, mas o aviso da agência de notação empurrou de novo a bolsa maiores quedas.
As dificuldades orçamentais de Portugal levaram à pior comparação com a Grécia; a Moody`s considera, contudo, que Atenas enfrenta problemas bem maiores, mas não deixa de olhar para as contas nacionais com a certeza de que ainda há um longo caminho a percorrer.
A juntar aos factores relacionados com a dívida pública, o corte do rating da Moody`s implicará uma análise de outros aspectos: sobretudo, as medidas tomadas pelo Governo para resolver o problema da baixa competitividade nacional e dos também baixos níveis de poupança doméstica - motivos que estão na base no fraco crescimento.
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