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BCE criticado por Stiglitz e Krugman

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Nobel da Economia acusa instituição liderada por Trichet de estar a piorar a situação

O BCE devia adoptar uma «posição mais activa» face à crise soberana na zona euro, diz esta sexta-feira o Nobel Joseph Stiglitz, com Paul Krugman a acusar a instituição de estar a piorar a situação.

Num artigo de opinião publicado no «Financial Times», o Nobel da Economia Joseph Stiglitz escreve que «se o Banco Central Europeu (BCE) está preocupado que um evento de crédito vai levar a agitação nos mercados financeiros, deve tomar uma posição mais activa para abordar os problemas de base, eliminando a falta de transparência nas trocas de derivados, garantindo que os bancos estão adequadamente capitalizados e prevenindo os bancos de estarem excessivamente interligados».

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Por seu lado, o também Nobel da Economia Paul Krugman escrevia no «New York Times», num artigo intitulado «A depressão menor» (aquilo que denomina como a era prolongada de elevado desemprego que começou com a grande recessão de 2007-2009 e continua até hoje), com sarcasmo: «Terei eu mencionado que o BCE - ainda que, felizmente, não a Reserva Federal - parece determinado em piorar as coisas ao aumentar as taxas de juro?»

Krugman refere que, mesmo que as negociações sobre as dívidas nos dois lados do Atlântico sejam bem sucedidas, pode-se estar a «repetir o grande erro de 1937: uma viragem prematura para a contração orçamental que descarrilou a recuperação económica e garantiu que a Depressão duraria até à Segunda Guerra Mundial forneceu finalmente o impulso que a economia precisava».

Stiglitz é menos negativo e destaca aquilo que pode ter sido «um passo histórico» para a Europa, após a decisão do Conselho Europeu de cortar as taxas de juro para os países que foram alvo de pacotes de resgate, aumentar as maturidades dos títulos da dívida e injectar um novo fluxo financeiro na Grécia, com a participação do sector privado.

Apesar de realçar os pontos positivos do acordo de quinta-feira, Stiglitz deixa vários alertas, começando pelas medidas de austeridade, que «não são necessárias para garantir crescimento e prosperidade», ao que acresce um aviso que as privatizações na Grécia podem não ajudar a situação orçamental do país se forem feitas muito rapidamente.

O economista norte-americano alerta, também, para a possibilidade da criação de taxas de juro variáveis para os empréstimos concedidos pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e conclui com um ponto que tem sido muito abordado nas últimas semanas: «Um compromisso com o crescimento é essencial» e requer o envolvimento de recursos significativos.

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