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PIB: revisão indica que previsões para 2010 vão ser superadas

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Economistas antecipam já melhores resultados de crescimento para este ano do que os esperados pelo Governo, Banco de Portugal e Comissão Europeia.

Os economistas acreditam que a revisão em alta do Produto Interno Bruto português entre Abril e Junho, anunciada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, reforça a ideia de que as previsões de crescimento do Governo, do Banco de Portugal e da Comissão Europeia deverão ser ultrapassadas. Isto no caso de o país não entrar numa recessão profunda.

Apesar de entre o primeiro e o segundo trimestre do ano se verificar um abrandamento da economia (de 1,1% para 0,3%), os economistas antecipam já melhores resultados do que as previsões do Executivo (0,7%), do Banco de Portugal (0,9%) e de Bruxelas (0,5%).

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«Se no semestre que falta, o crescimento da economia fosse zero, Portugal chegaria ao final do ano com um aumento do PIB em 1,5 por cento», disse à agência Lusa Carlos Andrade, economista chefe do Banco Espírito Santo. Ou seja, perante os últimos dados, as instituições internacionais e nacionais serão obrigadas a rever em alta as suas previsões de crescimento para Portugal em 2010, apesar de um abrandamento expectável no segundo semestre.

«É provável» que o crescimento de Portugal este ano «se aproxime da média da União Europeia», reforçou Cristina Casalinho, directora do departamento de estudos do BPI, acrescentando que a sua previsão de crescimento do PIB até ao final do ano se situa nos 1,1%.

Menos investimento e falta de emprego podem abalar PIB

Os dois primeiros trimestres do ano tiveram «uma evolução atípica» devido ao aumento elevado do consumo, «provocado pela compra de automóveis» e por «uma antecipação das compras devido ao aumento do IVA em Julho».

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Será «muito difícil», acrescentou Carlos Andrade, que Portugal chegue ao final de 2010 com um crescimento do PIB abaixo de 1,2% muito por causa do «comportamento positivo das exportações e uma evolução não muito favorável da procura interna».

Para os dois economistas, os únicos indicadores que poderão «puxar» para baixo o nível de crescimento serão o recuo do investimento e a falta de criação de emprego.

Procura interna: 2º semestre «muito débil»

No fundo, a revisão em alta do PIB confirma «o cenário de recuperação gradual da economia portuguesa». Mas o valor trimestral «está ainda 1% abaixo do nível máximo registado antes da crise», lembrou o coordenador do Núcleo de Estudos de Conjuntura Económica Portuguesa da Universidade Católica, João Borges Assunção.

Uma realidade que ilustra bem «a dimensão da mesma [da crise] e a lentidão do processo de recuperação». «É legítimo concluir que a evolução da conjuntura externa assumirá um papel crucial no desempenho próximo da economia portuguesa» que não escapará a «um segundo semestre muito débil em termos de procura interna». Tudo por causa do «comportamento anémico do consumo privado».

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Os três economistas são unânimes em considerar que tanto o Banco Central Europeu como a Comissão Europeia deverão, nas suas previsões de Outono, rever em alta o crescimento da União Europeia e da Zona Euro, bem como de Portugal.

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