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Empreendedorismo: NATA Lisboa, o franchising já estava no forno antes do ministro falar

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Segredo deixou de ser a alma do negócio, depois da sugestão de Álvaro Santos Pereira. Ideia tem muito «sabor» e está a conquistar adeptos cá e lá fora

Antes de o ministro da Economia ter sugerido, no início de 2012, um franchising de pastéis de nata, já a NATA Lisboa estava no «forno» das ideias de José Carlos Campos, um criativo do mercado publicitário.

«A ideia dele até era, por um lado, de desconfiar, porque parecia de tal maneira óbvia que dava que pensar - por que é que ninguém pensou ainda nisto?», confessou ao tvi24.pt João Cunha, o responsável pelo franchising da empresa.

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Tinham programado a abertura da primeira unidade para 2012 e entretanto Álvaro Santos Pereira lançou o repto: «Nem queríamos acreditar. Nunca ninguém tinha falado naquilo. Nós já estávamos numa fase avançada e, de repente, o ministro lançou a ideia. Como se isso não bastasse foi agarrada por toda a imprensa».

Tinham duas opções: «Ou calávamo-nos e continuávamos o nosso percurso ou levantávamos o dedo, assumíamos e corríamos o risco de sermos ultrapassados por outro player que conseguisse ter uma implementação mais rápida». Escolheram esta. «A partir desse momento, o segredo deixou claramente de ser a alma do negócio!».

Acabou por ser uma rampa de lançamento. Quando abriram a primeira unidade, em junho, no Príncipe Real, em Lisboa, e logo em regime de franchising, o interesse em Portugal e lá fora multiplicou-se. Por cá, já existem mais duas NATA: uma na Bica, também na capital, e outra em Santa Catarina, no Porto.

Mas «falar só no franchising dos pastéis de nata é um bocadinho redutor». Há o conceito e o que o torna vencedor: «Tínhamos duas premissas que tinham de ser completamente alcançadas: a qualidade do pastel de Nata tinha de ser excecional - como seria fabricado em quantidades industriais, demorou alguns meses até chegar à formulação ideal»; e dado que o sistema era em franchising, «estar tudo assente apenas num produto seria demasiado limitado».

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Por isso, era preciso ter «algo mais consistente, que desse à marca uma maior identidade». Daí o conceito ter sido inspirado «no ADN da cidade de Lisboa»: desde o nome, ao logótipo a representar as varandas de ferro forjado da cidade, à decoração típica.

A estratégia vai ainda mais longe: o pastel é «a estrela do filme», mas outros produtos compõem «o restante elenco»: torrada de pão de forma da cidade de Lisboa, pão feito na hora com manteiga artesanal, doce, fiambre e/ou queijo. Não se retira protagonismo ao pastel de nata - que é, de resto, o único que está exposto -, mas complementa-se o conceito. Também com as bebidas quentes e frias características da capital, que despertam o paladar de quem aprecia o pastel, como o capilé, a groselha, o masagran, a limonada ou o chá gelado, por um lado; o vinho do Porto, a ginginha e o moscatel, por outro.

Sentem-se «embaixadores do nosso património». Para quem os visita cá e além fronteiras. Já estão em negociações com vários países da Europa (França, Inglaterra, Espanha e Bélgica), Brasil (embora ainda numa fase inicial, porque tem outras exigências a nível de operações), Ásia e África (Angola e Moçambique).

Como este é um regime de franchising, quiseram montar o negócio de forma a que o franqueado se focasse no cliente. «Não se ocupa de bastidores, desde a cadeia de fornecimento à produção. Este modelo alivia muito o empresário». O investimento, por unidade, em Portugal ronda os 37.500 euros (já inclui obras e direitos de entrada para lojas de 40/50 m2).

Joana Martins é a franqueada da Bica, onde conversámos. Lançou-se no desafio com outro sócio. Estava desempregada, mas defende que «não se deve cruzar os braços e ficar a dizer mal do país. É arregaçar as mangas e ir à procura, criar. Temos de tentar, por mais difícil que seja». Encontrou o seu caminho: «Tem sido fantástico. Estamos numa zona privilegiada da cidade. É muito colorido em termos de pessoas. Apanhamos turistas e os residentes são uma delícia». Vai um pastel?

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