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Para o ex-governante Eduardo Catroga, o sucesso de Mário Centeno na liderança do Ministério das Finanças depende do "apoio determinado" de António Costa primeiro-ministro, que não pode ceder a "tentações" de partidos mais à esquerda.
"Mário Centeno é um académico de alto gabarito e tem todas as condições de formação técnica para ser um bom ministro das Finanças. Mas ninguém consegue ser um bom ministro das Finanças sem o apoio determinado do primeiro-ministro no alcance dos objetivos", afirmou o economista, citado pela Lusa, à margem do Fórum "Novos caminhos para o crescimento", organizado pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), num hotel em Lisboa.
"Mário Centeno conseguirá ser um bom ministro das Finanças, na minha análise, se conseguir ter o apoio determinado, sem tentações à esquerda, de António Costa."
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"Eu costumo dizer aos meus amigos socialistas que o atual momento político, pós-eleições, levou à quebra de alguma tradição na democracia portuguesa. É aquilo que eu chamo de direito constitucional consuetudinário", isto é, que assenta nos costumes.
E insistiu que "até aqui, quem formava governo era o partido mais votado. Portanto, a tradição foi quebrada", acrescentando que "até aqui, quem indicava o presidente da Assembleia da República era o partido mais votado", algo que também não aconteceu.
"O que eu digo, fazendo a análise da política económica no horizonte longo, para já não ir aos tempos de Mário Soares e outros, mas desde os tempos de Guterres que a política económica do Partido Socialista, tal como no tempo do Sócrates, foi errada, contribuindo e muito para a criação de desequilíbrios na economia portuguesa e para o fraco crescimento económico potencial", continuou.
"Agora, espero sinceramente - a bem do país - que o novo Governo minoritário do Partido Socialista, com o apoio dos partidos mais à esquerda do espectro político, consiga desenvolver uma política económica e financeira que continue o caminho do Governo nos últimos anos"
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"O que eu acho que mais pode penalizar o crescimento potencial do país a prazo, com esta cedência à esquerda radical, é que vai haver uma inação estrutural", lançou o economista, sublinhando que "o aprofundamento das reformas estruturais é necessário para continuar o processo de adaptação da economia portuguesa à globalização, ao aumento da concorrência internacional na atração de poupança e de investimento".
E realçou: "Como os partidos mais esquerda são contra o modelo de globalização, são contra a economia de mercado, são contra a União Europeia e são contra o euro, vão constituir uma força de pressão negativa no aprofundamento dessas reformas estruturais. Este é o maior risco".
"Vai ser muito difícil a António Costa, e vai ser o grande desafio, conseguir a terceira via, isto é, agradar simultaneamente aos mercados, à União Europeia, aos credores e financiadores, e também à esquerda radical. Em determinado momento, esse dilema virá à superfície."
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