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BPI: FMI é que devia avaliar rating dos países

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Tem «condições privilegiadas» para o fazer. Agências deviam ficar-se pela análise do rating «das empresas»

Devia ser o Fundo Monetário Internacional, e não as agências de notação financeira, a fazer o «rating» de todos os países. É o que defende o presidente do Conselho de Administração do BPI.

Artur Santos Silva, defendeu ainda na segunda-feira, no lançamento do livro «O Poder das Agências», do eurodeputado do CDS-PP Diogo Feio e da advogada Beatriz Soares Carneiro, que o FMI - que anualmente avalia a situação de cada país, aponta os aspetos negativos e as soluções - tem «condições privilegiadas para fazer o rating de toda a dívida soberana do mundo».

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«E portanto eu defenderia que fosse o FMI a fazer o rating de todos os países, suportado nesses relatórios extensíssimos. E as agências de rating não faziam rating de países. Só faziam rating de empresas».

Por seu turno, o CEO da Unicer, António Pires de Lima, afirmou que as agências «normalmente funcionam de uma forma completamente pró-cíclica» e «apenas dão nota daquilo que já se passou quando as coisas realmente se verificaram».

Questionou, por isso, se estas são, «às vezes, instrumentos tão poderosos e fiáveis para avaliar de forma independente e objetiva e em antecipação aquilo que é o verdadeiro risco das dívidas que procuram qualificar», cita a Lusa.

Pires de Lima evidenciou o facto de «os próprios mercados já terem alguma dificuldade em dar o valor de infalibilidade», que todos atribuíam às agências de rating «até aqui há um, dois, três anos».

«Se calhar o problema não estava nas agências de rating, que são falíveis, como tudo aquilo que fazemos da vida. Está, sobretudo, na forma como nós nos organizávamos para dar um poder às agências de rating que efetivamente não deviam e não teriam de ter».

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Já o ex-líder da bancada parlamentar do CDS-PP António Lobo Xavier defendeu que «estas instituições são absolutamente imprescindíveis, elas fazem parte do capitalismo e essa agilização e essa relacionação do aforro e do investimento a que elas estão ligadas é um aspeto sem o qual o capitalismo não pode funcionar».

«Sejamos francos: estes últimos quatro anos trouxeram-nos desconfianças, perplexidades, inquietações sobre conselhos de administração, figuras públicas, reguladores, governos, instituições de credibilidade».

Lobo Xavier defendeu que os «últimos quatro anos no mundo económico abalaram praticamente todas as certezas e no meio delas o critério valor e o crédito a dar às agências de rating».

Diogo Feio, um dos autores do livro apresentado, disse que, apesar da crise continuar a existir, a Europa vive «neste preciso momento» alturas de «maior estabilidade». O eurodeputado defendeu a necessidade de «completar aquilo que nasceu incompleto: o Euro, a moeda única».

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