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Devemos comprar ações do Facebook?

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Expectativas à parte, quem quer investir deve tomar alguns cuidados

Espera-se uma estreia bombástica. A euforia é muita em torno da entrada em bolsa do Facebook e o interesse demonstrado, tanto por investidores como pelo público, já fez subir o preço inicial e o número disponível das ações que vão ser dispersas na praça de Nova Iorque. Estarão à venda 421 milhões de títulos, por 38 dólares/cada (cerca de 30 euros), preço fixado esta manhã de sexta-feira. Mas quem está a pensar em investir deve tomar alguns cuidados.

A começar pelo preço: «As ações já estão caras. 38 dólares representa uma valorização a rondar os 104 mil milhões de dólares», explicou à Agência Financeira o analista Pedro Lino, da Dif Brokers. Por isso, o mais provável, é que as ações sofram «muita volatilidade».

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«É possível que cheguem aos 50 dólares só no primeiro dia. Mas, depois da euforia inicial, os títulos devem estabilizar perto dos 40 dólares», apontou o mesmo especialista. Por isso, «nestas operações o melhor é esperar. A euforia é sempre má conselheira. Eu esperaria duas semanas para ver o preço a estabilizar e dar um melhor conforto aos investidores».

«Quando as bolsas de Nova Iorque abrirem na sexta-feira, às 14h30 (hora de Lisboa), não sabemos o que vamos encontrar. O último grande momento foi a entrada em bolsa da Google, em agosto de 2004. Na altura, a Google foi avaliada em 1,67 mil milhões de dólares, muito abaixo dos cerca de 100 mil milhões» da empresa de Mark Zuckerberg, disse, por sua vez, Tiago Cardoso, account manager da XTB, corretora online que vai participar na Operação Pública de Venda do Facebook, através da negociação de CFD - instrumentos financeiros derivados que proporcionam aos investidores uma forma alternativa de negociação em ações, através de alavancagem. Em apenas dois dias, 20 pessoas já abriram conta para comprar uma participação da rede social.

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Dentro do grupo, o Linkedin entrou em bolsa em maio de 2011 e foi avaliado em 352,8 milhões de dólares (perto de 277,4 milhões de euros).

Mas há mais. O negócio da Internet é considerado «um negócio de risco».

«A curto prazo esta operação vai dar dinheiro. No primeiro dia vai ser um sucesso porque há quem queira estas participações. Mas, com empresas de Internet, é preciso algum cuidado», adverte Pedro Lino, explicando que o «grande trunfo» do Facebook é a quantidade e qualidade da informação que dispõe, juntamente com a capacidade de continuar a inovar e surpreender. Mas não é possível ignorar que na rede social mais famosa do mundo há vários perfis falsos ou repetidos.

«Estas ações estão assentes em receitas de publicidade. Será preciso que o Facebook consiga manter a sua estratégia viável», avisou o analista Pedro Lino.

«Qualquer empresa da Internet que cresça muito tem 10 anos de vida. No final desse prazo, por ser tão grande, vai tender a perder imaginação e também clientes. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu à Yahoo ou à Microsoft», explicou à AF André Parreira, CEO da IBT, para quem o Facebook ainda não conseguiu colmatar uma grande falha: os obstáculos no mercado chinês.

«Não sei o que vai acontecer daqui a 10 anos. O mundo pode estar reinventado outra vez. Mas não queria uma rede apenas com domínio Facebook.com que obrigaria a fazer login naquele rede social para utilizar a Internet», acrescentou o responsável

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