Itália voltou esta quarta-feira de manhã ao mercado da dívida. O país colocou 11 mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro, o montante indicativo, mas as taxas de juro aumentaram. No prazo a um ano, a taxa ficou nos 2,84%, praticamente o dobro face aos 1,405% registados no leilão anterior com o mesmo prazo.
No leilão desta quarta-feira foram ainda colocados Bilhetes do Tesouro a três meses, onde os juros mais que duplicaram também, dos anteriores 0,492% para 1,249%.
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A taxa de juro da dívida italiana a um ano tem estado a baixar desde Novembro, altura em que a crise da dívida europeia estava num pico e em que a continuidade da própria moeda única era posta em causa. No mês passado foi atingido o valor mais baixo desde Agosto de 2010, quando as injeções de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) no mercado impulsionaram a procura de obrigações soberanas.
A subida dos juros italianos reflete a crescente descrença dos investidores na resolução da crise da dívida e o nervosismo na expetativa de um novo leilão. É que Itália volta amanhã ao mercado com um leilão de Obrigações do Tesouro a 5 anos, e um montante indicativo de 5 mil milhões de euros.
De acordo com a Reuters, a procura interna, que se manteve estável, permitiu o sucesso da colocação, com a procura a representar 1,6 vezes a oferta.
O ministro italiano da Indústria disse já que a Itália está melhor preparada agora para resistir à subida das taxas de juro do que estava no final do ano passado. Corrado Passera afirmou ainda, citado pela Reuters, que o aumento do spread da dívida italiana no mercado secundário não é uma reação às reformas implementadas pelo Governo.
Quem já reagiu também ao leilão foi o Banco de Itália. Em comunicado, o banco central diz que «apesar de a procura ter sido forte, como esperado, o resultado do leilão refletiu o aumento das tensões em torno da dívida pública da Zona Euro, que resultaram num aumento significativo das taxas de juro».
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