Já fez LIKE no TVI Notícias?

Espanha ou Itália: qual dos dois países está pior?

Relacionados

Situação é mais crítica num ou noutro país dependendo dos indicadores analisados

Os mercados estão a castigar Espanha e Itália. Mas qual estará no limite mais crítico? Façamos um exercício de comparação.

Em primeiro lugar, tanto Mariano Rajoy como Mario Monti estão à frente dos governos destes países há poucos meses. Os dois depararam-se com uma situação limite e viram-se forçados a apresentar reformas e ajustamentos. O jornal «Expansión» comparou vários indicadores para perceber que economia está mais no fio da navalha.

PUB

PIB

Ao contrário de Portugal, em ambos os países ainda se pôde falar de crescimento no ano passado. Espanha fechou 2011 com uma taxa de crescimento do PIB de 0,7% e Itália de 0,2%.

No entanto, e é o que interessa agora, o FMI prevê uma recessão de 1,7% em Espanha e de 2,2% em Itália este ano.

Dívida Pública

Este é um dado chave: enquanto em Espanha a dívida chegou aos 68,5% do PIB em 2011, em Itália ultrapassou os 120%.

No entanto, a trajetória deste indicador é pior para as estatísticas espanholas porque, entre 2007 e 2011, a dívida das administrações públicas do país vizinho disparou 32,3 pontos percentuais. Em Itália, essa evolução ficou-se pela metade.

Défice público

Outro elemento fulcral: o défice público espanhol está já há vários anos a engordar as necessidades de financiamento, tendo fechado 2011 nos 8,5% do PIB, quando em Itália se ficou pelos 3,9%.

Desemprego

Aqui Espanha não tem como fugir às estatísticas. Figura no topo do desemprego da Zona Euro - a taxa de desemprego no final de 2011 era de 22,3% e chegou aos 23,6% já em fevereiro deste ano. Ora, em Itália, está bem mais abaixo, nos 9,3%.

PUB

Perceção dos mercados

Os dois países fazem parte do grupo que apresenta grandes desequilíbrios macroeconómicos, estando sujeitos a um escrutínio permanente de analistas e investidores. Acompanham, claro está, Grécia, Portugal e Irlanda - três países resgatados.

Esta segunda-feira, o alarme soou sobretudo em Espanha, com os juros a passarem a barreira dos 6%.

Quando foi a vez de Portugal ver os juros subirem para esse valor, bastaram quatro meses para pedirmos ajuda. Por esta ordem de ideias, se os juros continuarem a disparar como aconteceu cá - na altura do pedido de ajuda externa iam à volta dos 8% - isso significa que Espanha poderá gritar por socorro lá para agosto ou setembro.

Ainda assim, a Comissão Europeia confia que o país vai conseguir superar as dificuldades e o presidente do governo, Mariano Rajoy, foi perentório ao dizer que «ninguém duvide do compromisso de Espanha para com o euro».

PUB

Cenário económico e político

«A economia espanhola apresenta mais debilidades no curto prazo», como o menor peso exportador e da indústria, mas tem «maiores possibilidades de aumentar o crescimento potencial se forem tomadas as medidas adequadas», disse ao «Expansión» o estratega do Citigroup José Luis Martinez.

Depois, «as reformas são similares em ambos os países em matéria de cortes na despesa, mas parece que em Itália têm sido mais sólidas, para além do facto de a economia italiana ter uma dimensão maior, empresas maiores e multinacionais, menos défice público e desemprego», comentou, por sua vez o professor de Teoria Económica na Universidade Autónoma de Madrid, Federico Steinberg.

Já para a ONEtoONE Capital Partners, a situação é «pior em Itália do que em Espanha», porque aqui ao lado se anunciaram «reformas muito mais ambiciosas e profundas», e o governo tem uma legitimidade eleitoral que Roma não tem, já que Monti foi designado.

Certo é que as duas economias partilham um cenário negro, mas com diferentes pontos de partida: Itália tem um nível de dívida mais sufocante, enquanto Espanha terá de reduzir mais o défice. A chave, em ambos os casos, está nos bancos.

PUB

Relacionados

Últimas