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Imparáveis: juros a 5 anos já acima de 9,83%

Cerco aperta e os 10% estão à espreita

O país mal tinha acordado e os juros da dívida já estavam em acção, sempre a subir rumo a recordes, num dia em que o Estado voltou ao mercado para emitir dívida num leilão extraordinário. Entre as 7h30 da manhã e as 13h30, as Obrigações do Tesouro a cinco anos passaram dos 9,71% - renovando pelo meio máximos sucessivos - aos 9,833%, o valor mais alto desde a entrada de Portugal no euro.

Os juros a dois anos anteciparam-se nos recordes e às 6h45 dispararam para os 8,941%. Se de há uns meses a esta parte, eram os títulos de longo prazo aqueles que davam maiores dores de cabeça a Portugal, sobretudo na altura em que superaram a fasquia dos 7%, agora a maioria dos prazos já está até acima dos 9%.

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Na prática, o cerco começa a apertar cada vez mais para Portugal. Os investidores não confiam no país para fazer face aos seus compromissos e não querem por isso arriscar comprar dívida com baixos juros que depois pode ser paga. Por isso, cobram juros cada vez mais altos. Para piorar o cenário, a Standard & Poor`s cortou ontem o rating da banca para um nível acima de «lixo», a categoria de não investimento, por ser considerada especulativa.

A única portuguesa conselheira do FMI, Estela Barbot, veio hoje dizer que só mesmo «um milagre» é que poderá livrar o país de um pedido de ajuda externa. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, atirou a responsabilidade dessa decisão para o Presidente da República.

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Portugal mais perto da Irlanda

Enquanto o país está na corda bamba, os juros continuam a sua escalada. As OT a 10 anos continuam a negociar em níveis muito elevados, nos 8,721%, perto do recorde de 8,773%.

O «spread», ou seja, a diferença entre o que os investidores cobram para adquirir dívida portuguesa em detrimento da alemã (que é, de resto, a que serve de referência) continua em níveis perigosos, nos 531,2 pontos base.

Todos os prazos já estão acima dos 8%. Até os juros a um ano já renovaram máximos ao negociar nos 8,571%, relectindo o descrédito dos mercados na capacidade de Portugal pagar o que deve até no prazo mais curto. Mas, na verdade, a maioria já supera os 9%: acontece entre os três e os oito anos. Os juros a nove anos estão praticamente colados a esse patamar, mas ainda nos 8,918%.

Já as OT que ontem protagonizaram a maior escalada desde que Portugal entrou no euro foram os juros a três anos, quando alcançaram o recorde de 9,951%. Hoje o ímpeto é menor, mas continuam lá perto (9,566%).

Portugal aproxima-se a passos largos dos juros cobrados actualmente à Irlanda, que já recebeu a visita do FMI. Por lá, os investidores exigem juros acima dos 10%. Esse é agora o salto que Portugal está prestes a dar, a julgar pela corrida dos juros a três anos.

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