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Petróleo cola-se aos 120 dólares em Londres

Cotações não param de subir esta manhã

A escalada parece não ter fim. Os preços do petróleo estão a disparar esta quinta-feira nos mercados internacionais. O barril de Brent arrancou a valer 114,26 dólares e já atingiu o pico dos 119,79 dólares, o valor mais alto em quase 30 meses.

E a explicação está mais uma vez nos conflitos que têm ocorrido na Líbia, com uma redução no fornecimento da matéria-prima naquele que é o terceiro maior produtor do continente africano.

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As estimativas apontam para que a Líbia perca até dois terços da sua produção de petróleo. Os investidores estão receosos quanto à capacidade de a Organização dos Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP) em dar conta do recado se vier a acontecer uma escalada de interrupções de fornecimento do «ouro negro» no Médio Oriente.

No fundo, «os acontecimentos na Líbia e na África do Norte trouxeram de volta o risco geopolítico no radar», disse um responsável do Deutsche Bank, citado pela Bloomberg.

Também em Nova Iorque a subida das cotações está a fazer-se sentir e o barril já alcançou o patamar dos 100 dólares. O crude vale 100,45 dólares, mais 2,4% ou 2,35 dólares.

A subida pode muito bem não ficar por aqui. Segundo os analistas do Nomura, «se a Líbia e a Argélia interrompem a produção de petróleo ao mesmo tempo, os preços deverão disparar acima dos 220 dólares o barril».

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O efeito dominó

Os receios de contágio da crise vivida na Líbia - responsável por 15% das remessas para Portugal - a outros países exportadores de petróleo no continente africano e do Médio Oriente estão a crescer a ritmo acentuado.

Esta situação já se transpôs para a cotação dos produtos refinados, que esta semana - no caso da gasolina 95 - esteve sempre acima do preços médio da semana passada. Na terça-feira, aliás, a cotação da gasolina 95 refinada nos mercados internacionais alcançou um novo máximo, nos 682,3 euros por tonelada métrica.

Já a cotação do gasóleo refinado nos mesmos mercados internacionais bateu máximos na quarta-feira, nos 678,9 euros por tonelada métrica.

A petrolífera que refina em Portugal, a Galp, reflecte nos seus preços em bomba as variações médias destes produtos refinados, pelo que é de esperar que venham aí novos aumentos.

O preço do cabaz de doze crudes mundiais, que serve de referência à OPEP, já está também acima dos 100 dólares.

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«Não há falta de petróleo no mercado, mas é o medo de que se venha a materializar uma falta que está a alimentar uma alta de preços», explicam os analistas do Commerzbank em Londres, citados pela Lusa.

Note-se que a Agência Internacional de Energia veio esta semana deixar um apelo: «Não entrem em pânico. Há petróleo para todos». Apesar desta mensagem, os investidores não param de acusar nervosismo.

O barril de Brent está a aproximar-se, a passos largos, do recorde de 147 dólares alcançado em Julho de 2008. Já lá vão três anos e parece que o episódio pode repetir-se. As nossas carteiras conhecerão o final da história daqui a três meses, já que os contratos assinados agora para fornecimento da matéria-prima têm efeitos práticos só nessa altura.

[Notícia actualizada às 9h25]

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