A distribuição antecipada de dividendos aos accionistas da Portugal Telecom (PT), no seguimento da venda da Vivo, é uma questão a debater «a seu tempo», disse esta sexta-feira o presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
«Os accionistas têm que fazer uma análise da situação actual da PT, das perspectivas de investimento futuro, e verificar se há condições para haver alguma distribuição antecipada de dividendos», disse Faria de Oliveira à Lusa.
PUB
«É uma matéria que, a seu tempo, será decidida pelos accionistas», acrescentou o presidente da CGD, grupo que tem uma participação de 7,3% na PT.
Também Norberto Rosa, administrador da CGD, disse à Lusa que ao banco estatal «preocupa mais o interesse e a solidez [da PT] do que retirar dividendos. O mais importante é que a PT saia reforçada».
Segundo um acordo anunciado esta semana, a PT vai vender à espanhola Telefónica, por 7,5 mil milhões de euros, a participação que detinha na brasileira Vivo, e irá comprar uma participação de 22,4% na Oi, outra operadora de telecomunicações brasileira. Um negócio que Faria de Oliveira elogiou.
«É uma boa solução e resulta de uma tarefa muito bem desempenhada pelos responsáveis da PT, obviamente com o apoio dos seus accionistas. A solução encontrada é a que melhor defende os interesses da PT», considerou o responsável.
O presidente da CGD disse que «seria muito difícil» manter a posição da PT na Vivo, sobretudo «num contexto de disputa com um parceiro fundamental como a Telefónica».
Faria de Oliveira disse também que as negociações para a entrada da PT na Oi «estão bem encaminhadas, com todas as condições» para ter êxito.
«Assegura-se uma presença da PT num mercado tão importante como o brasileiro. Vamos esperar que as negociações nesta matéria se concluam, defendendo integralmente os interesses da PT», disse Faria de Oliveira.
PUB