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Bankia: movimento 15-M ganha e leva Rodrigo Rato a tribunal

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Ex-presidente da maior companhia hipotecária espanhola conta já com dois processos contra os seus métodos de gestão

É o «um-zero» para o movimento cívico 15-M. A Audiência Nacional deu esta terça-feira razão ao movimento e imputou o ex-presidente do Bankia, Rodrigo Rato, e o antigo conselho de administração a serem ouvidos em tribunal por vários delitos, incluindo administração desleal e contabilidade falsa com fim a atrair investimentos, noticiam os media espanhóis.

Este é o segundo processo contra Rodrigo Rato, depois do interposto pela União Progresso e Democracia (UPyD) contra os responsáveis máximos do grupo BFA-Bankia, admitido também pela Audiência Nacional no passado dia 4 de julho. Nesse caso, o juiz Fernando Andreu aceitou a queixa de burla e de outros delitos contra todos os membros do conselho de administração do Bankia e da sua holding, a BFA. Serão ouvidos 30 conselheiros das cajas do grupo, incluindo José Luis Olivas, ex-presidente da Bancaja, e o ex-ministro Ángel Acebes.

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Esta manhã, o juiz Fernando Andreu voltou a dar sinais de que há matéria suficiente para levar Rato a prestar declarações em tribunal - que poderá, depois, constituí-lo como arguido - contrariando a opinião do conselho fiscal que argumentava que «neste momento, não se pode falar de prejudicados por condutas incorretas» e que, por isso, o 15-M não podia interpor uma queixa particular.

O juiz entendeu que as alegações não são «absurdas» nem «irracionais», a partir do momento em que as contas apresentadas pelo grupo registam uma diferença «exagerada» num «muito curto» período de tempo, com danos «numerosos, não só para os acionistas, mas também para a sociedade e para a economia como um todo», cita a agência Invertia.

Esta manhã, Rodrigo Rato já respondeu à decisão: pediu uma audiência ao Congresso dos Deputados, «o mais cedo possível», para explicar a sua gestão à frente da entidade financeira, segundo escreve a agência Efe, citando fontes próximas de Rato.

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O ex-banqueiro, também ex-ministro da Economia e antigo director do FMI, reiterou «total disponibilidade» para analisar e responder a qualquer aspecto relacionado com a entidade que presidiu durante pouco mais de um ano, antes de José Ignacio Goirigolzarri tomar as rédeas às contas do grupo e pedir ajuda financeira.

O Bankia é a principal companhia hipotecária de Espanha e admitiu precisar de 19 mil milhões de euros para sobreviver, apesar de já ter recebido uma injeção de 4 mil milhões de euros no início de maio.

Uma hora depois, o Partido Popular (PP) solicitou a comparência no Congresso de 24 pessoas ligadas à banca, incluindo Rodrigo Rato, escreve o «El País».

Na lista constam também os nomes de Miguel Fernández Ordóñez, ex-governador do Banco de Espanha, o autal ministro da Economia, Luis De Guindos, e o secretário de Estado Fernando Jiménez Latorre. Estão ainda responsáveis de outras entidades: Narcis Serra, ex-presidente da Caixa Catalunya, e Juan Pedro Hernández Moltó, da Caja Castilla La Mancha.

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Através das redes sociais, o movimento 15-M reuniu quase 20 mil euros para apresentar queixa contra Rodrigo Rato, uma iniciativa que conta já com o apoio de dezenas de acionistas e testemunhos de trabalhadores e ex-funcionários do banco espanhol, escreve o «El País».

No Facebook, o movimento 15-M chama ao caso de «Bankiarrota» e explica a sua causa: «Na guerra contra os de baixo para cima, o medo mudou de lado. Agora vamos colocar nossos objetivos. Objetivo 1: Rodrigo Rato». Conta com 4.659 «gostos» naquela rede social.

Como presidente da Caja Madrid, Rodrigo Rato impulsionou a fusão desta entidade com a Bancaja, a Caja de Canárias, a Caixa Laietana y las de Ávila e a Segovia y Rioja, criando, assim, o Banco Financeiro e de Ahorros (BFA), matriz do Bankia.

As associações Mãos Limpas e Associação de Clientes dos Bancos, Cajas e Seguros (Adicae) também já apresentaram queixas contra o Bankia.

[Notícia atualizada às 13h00 com mais informação]

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