O discurso dos banqueiros portugueses está bem alinhado: apesar dos prejuízos que três dos grandes bancos portugueses registaram (BCP, BES e BPI perderam cerca de 1.100 milhões de euros no ano passado), os seus presidentes fizeram questão de tranquilizar os depositantes e dizer-lhes que não têm nada a temer.
Carlos Santos Ferreira, que ainda lidera o BCP, dirigiu-se esta sexta-feira na conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco aos clientes da instituição: «Os senhores depositantes, deixem-se estar depositados. Esta frase resume tudo», afirmou, sublinhando que os depositantes podem continuar a confiar no banco e que nada têm a perder com as perdas do banco. Essas são para os accionistas, que não vão ver a cor dos dividendos.
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Também o presidente do BES, Ricardo Salgado, sublinhou e se congratulou com a confiança que os portugueses continuam a ter no sistema bancário, e que está reflectida no aumento da captação de depósitos, não só pelo seu banco, mas por todos os outros também.
Já na quinta-feira, quando apresentou os resultados do BPI, Fernando Ulrich tinha enviado a mesma mensagem: «a situação do banco é sólida em termos de capital e de liquidez». Por isso, «os depositantes podem ficar tranquilos».
«Não tenho nada a dizer aos depositantes, porque eles não perdem nada com isto. Aos accionistas sim, aos depositantes não porque, felizmente, o capital que o banco tem é mais do que suficiente para assegurar a liquidez que o banco deve ter».
«Os depositantes tem todas as razoes para estar tranquilos e confiantes do banco», reiterou o banqueiro.
Também o presidente do banco BIC, Luís Mira Amaral, considerou que «não há motivo nenhum» para que os portugueses levantem os seus depósitos bancários porque «os bancos têm estruturas de capital e rácios de solvabilidade perfeitamente adequados».
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