O Bloco de Esquerda acusou esta quarta-feira a empresa Amorim Revestimentos, de Santa Maria da Feira, de querer «despedir trabalhadores por terem feito greve». Já a empresa alega que os operários em causa cometeram agressões sobre quem trabalhou.
«A Empresa Amorim Revestimentos avançou com um processo disciplinar para despedimento de quatro dos seus trabalhadores, um dos quais é dirigente sindical. Dois dos trabalhadores a quem foi levantado o processo disciplinar foram já suspensos. A real motivação para os processos disciplinares assenta na tentativa de desforra por parte da administração da adesão que a greve geral teve nessa empresa», revela um comunicado do BE, citado pela Lusa.
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Para os bloquistas, o processo assenta apenas «na perseguição sindical e política», numa «prática que não é nova nas empresas do Grupo Amorim», lembra o comunicado da distrital de Aveiro do partido. O BE refere-se ao caso do «despedimento de um delegado sindical e três activistas na empresa Corksribas», processo ainda a decorrer em tribunal.
A Amorim Revestimentos diz que os quatro processos disciplinares agora conhecidos foram iniciados «na sequência de indícios de graves situações de violência física e verbal contra trabalhadores que não aderiram à greve geral do dia 24 de Novembro».
Os dois operários da empresa acusados de agredirem os colegas que quiseram trabalhar foram já sujeitos a «suspensão preventiva sem perda de retribuição, devido à extrema gravidade dos factos indiciados», adiantou fonte do grupo.
«A empresa respeita e defende inequivocamente o direito à greve», mas «também têm de ser respeitados e defendidos os direitos indiscutíveis dos operários que optaram por trabalhar nesse dia».
Entretanto, o grupo parlamentar do BE já questionou o Ministério do Trabalho e da Segurança Social quanto a esta matéria, procurando saber «que medidas irá o Governo desenvolver para averiguar a situação descrita».
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