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BES com prejuízos de 3,6 mil milhões no primeiro semestre

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Banco irá necessitar de aumento de capital, já que os rácios de capital estão abaixo do exigido pelo Banco de Portugal

O Banco Espírito Santo contabilizou 3,6 mil milhões de euros de prejuízos nos primeiros 6 meses do ano.

«Fatores de natureza excecional ocorridos durante o corrente exercício determinaram a contabilização de prejuízos, de imparidades e de contingências que se refletiram num prejuízo de 3577,3 milhões de euros», escreve o banco no seu relatório semestral. O custo com imparidades e contingências atingiu 4253,5 milhões de euros.

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Descoberto novo «buraco» de 856 ME nas contas do BES

Segundo o banco, os resultados foram significativamente influenciados por fatores como a constituição de provisões para fazer face à exposição perante as empresas do Grupo Espírito Santo; anulação de juros incobráveis sobre crédito concedido no BES Angola (BESA) e constituição de provisões para contingências fiscais nesta filial; agravamento do risco da carteira de crédito; reconhecimento da imparidade na participação na Portugal Telecom; consolidação de SPE e contingências sobre dívida emitida.

Banco constitui provisões para imparidades de 1206 milhões

Apesar de à data da aprovação das contas não se conhecer, «com a precisão necessária, o plano de reestruturação do Grupo Espírito Santo», o BES adianta que o conselho de administração decidiu constituir provisões para imparidades de 1206 milhões de euros, para fazer face às eventuais perdas relativas às empresas do GES. A exposição do banco ao GES ascendeu a 1732,9 milhões de euros.

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Também os custos operativos subiram 5,7% para os 594,8 milhões de euros.

Devido ao facto de os rácios de capital se terem degradado para os 5%, e não atingirem o mínimo de 7% de capital exigido pelo Banco de Portugal, como pode ler-se no relatório, o BES terá mesmo de fazer um aumento de capital, num montante que poderá ascender aos 3 mil milhões de euros.

A administração do BES promete ainda fazer tudo ao seu alcance «com vista a recuperar os montantes máximos possíveis dos créditos ora provisionados e a fazer com que o banco possa ser ressarcido pelos prejuízos causados por via de eventuais comportamentos ilícitos que venham a ser apurados, por parte de indivíduos ou entidades, através dos vários meios e instâncias a que poderá recorrer para o efeito».

O novo presidente executivo do Banco Espírito Santo (BES), Vítor Bento, anunciou, cerca de uma hora depois de serem conhecidos os resultados, que o banco vai mesmo avançar imediatamente com um aumento de capital.

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«Será desencadeado de imediato um processo visando aumentar o capital do banco», informou o gestor num comunicado. A propósito, Vítor Bento destacou que «nas últimas semanas, o banco tem assistido a manifestações de interesse de atuais e potenciais acionistas em participar no Plano de Capitalização, alguns expressando mesmo interesse em tomar participações significativas».

O novo presidente do BES admitiu ainda que a existência de indícios de eventuais violações de normas legais, que serão investigados e denunciados às autoridades. «Na medida em que a descrição de alguns dos contributos para esses resultados [relativos ao primeiro semestre] parece indiciar a existência de eventuais violações de normas legais, tais indícios irão ser devidamente investigados e, se for o caso, comunicados às autoridades competentes para os fins legalmente previstos», lê-se num comunicado ao mercado de Vítor Bento.

O Banco de Portugal disse que factos recentemente descobertos no BES apontam para a «prática de atos de gestão gravemente prejudiciais».

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