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BPP: decisão de Bruxelas era «perfeitamente esperada»

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Jaime Antunes, presidente da Associação Privado Clientes, critica posição contraditória do Governo sobre o tema

O presidente da Associação Privado Clientes, Jaime Antunes, considerou que era «perfeitamente esperada» a decisão de Bruxelas sobre a ajuda do Estado ao banco, criticando a posição contraditório do Governo sobre o tema.

«(A decisão) era perfeitamente esperada porque evidentemente que aquela ajuda do Estado português, de dar uma garantia par ao financiamento de 450 milhões ao Banco Privado Português, só seria legalmente aceitável numa lógica de viabilização do BPP, e foi nessa lógica sempre que o Governo anunciou», afirmou Jaime Antunes.

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Para o líder da Privado Clientes, o «problema é que o governo teve sempre dois discursos», um para Bruxelas - onde dizia que a ajuda era para evitar o risco sistémico - e outro para Portugal - onde dizia que o BPP «não tinha risco sistémico e então não havia nenhuma razão para fazer apoios ao banco».

«Não havendo nenhum plano de viabilização para o Banco Privado Português, a ajuda dos 450 milhões que o Governo português já teve de pagar aos bancos é claramente ilegal», acrescentou.

Jaime Antunes critica destino da ajuda

Jaime Antunes criticou também o destino dessa ajuda, reafirmando que os 450 milhões «foram utilizados para pagar a credores subordinados, foram utilizados para pagar às caixas de crédito agrícolas e para pagar ao Citibank, a bancos internacionais, em detrimento e discriminando todos os outros credores do banco».

«O Governo meteu 450 milhões no Banco Privado Português para evitar a falência das caixas de crédito agrícola e para evitar que o Citibank, e os mercados internacionais na altura, se apercebessem da falência do primeiro banco na zona euro, que era o caso do BPP», disse ainda.

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O representante de parte dos clientes do banco alertou ainda que a recuperação das garantias pelo Estado será um processo longo e complicado, que dificilmente o conseguirá na totalidade, e que irá ainda prejudicar os clientes se o conseguir fazer.

«Se recuperar vai ser em prejuízo dos clientes, é claro, porque o Estado o que fez foi chegar ao Banco Privado, penhorou tudo aquilo que existia em termos de activos e discriminando todos os outros credores, nomeadamente os clientes», disse.

«O Estado de certa maneira apropriou-se daquilo que no futuro viria a ser a massa falida do banco. (¿) Os clientes, só os do retorno absoluto, são credores em cerca de 600, 650 milhões de euros. Não havendo massa falida, como podem recuperar esse dinheiro? Não podem», concluiu.

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