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Caso BCP: Berardo não sabe de onde vieram documentos

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Denúncias chegaram ao escritório do empresário vindas de fontes anónimas

Joe Berardo garantiu esta sexta-feira, em julgamento, que não sabe «de onde vieram» os documentos que entregou à PGR e ao BdP, denunciando alegandas irregularidades no BCP. O empresário alegou que eles chegaram aos seus escritórios vindos de fontes anónimas.

«De onde é que vêm não sei», disse o investidor, que no final de 2007 fez denúncias à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Banco de Portugal (BdP) sobre alegadas irregularidades no BCP.

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A 1 de Setembro, o juiz António da Hora suspendeu o julgamento do caso BCP, que opõe o Banco de Portugal a ex-gestores da instituição, incluindo Jardim Gonçalves, por suspeita de que os documentos que estiveram na origem nas denúncias apresentadas por Joe Berardo e que estiveram na origem do processo, podem ter violado, ou não, o segredo bancário.

Joe Berardo adiantou que os documentos que entregou em Novembro e Dezembro de 2008 chegaram a vários dos seus escritórios, após uma assembleia-geral do BCP nesse mesmo ano.

«Depois da célebre assembleia-geral, comecei a receber documentos anónimos nos meus escritórios», disse Joe Berardo, garantindo que nenhuns eram acompanhadas dos nomes de quem os enviava.

«As denúncias vinham dentro de diversos envelopes. Só os documentos. Eu gostava de ter os nomes das pessoas, mas não tinha».

Questionado pelo juiz sobre se, com base na sua experiência, suspeita sobre quem enviou os documentos era de dentro ou fora do BCP, Berardo afirmou: «Não faço ideia».

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O investidor recusou ainda dar crédito a quaisquer rumores sobre a fonte dos documentos, inclusivamente que se tratava de alguém dentro do conselho de administração do banco, e não confirmou que já tivesse em 2006 os documentos que denunciou em 2007.

«Não posso dizer se tinha ou não. Quem pode dizer é o meu advogado, tudo o que recebia mandava para ele», sublinhou.

No início da semana, Joe Berardo referiu à Lusa que as dúvidas sobre a legalidade das provas que serviram de base aos processos sobre irregularidades no BCP têm por objectivo «mandar areia para os olhos» e reafirmou a sua confiança no sistema de Justiça.

O juiz António da Hora vai pronunciar-se a 7 de Outubro sobre a nulidade, ou não, das provas que estiveram na base do processo contra os antigos gestores do BCP.

Berardo é peça-chave

O empresário foi uma peça-chave para a abertura da investigação ao BCP ao revelar em 2007 alegadas irregularidades que foram cometidas no âmbito da gestão do BCP, quando esta ainda era liderada por Jardim Gonçalves.

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O processo que está hoje em julgamento resulta do recurso de seis antigos administradores e um director do BCP, condenados a pagar pelo BdP coimas entre 230 mil euros e um milhão de euros e a inibições de atividade entre três e nove anos.

O supervisor acusa os arguidos em causa de terem sido responsáveis pela promoção da compra de ações do banco com recurso a crédito dado pelo próprio BCP, e que o BCP controlava acções próprias por via de veículos terceiros (sociedades offshores detidas por Moreira Rato, Ilídio Monteiro e Bernardino Gomes, já falecido).

Paralelamente, existe outro processo deduzido pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) contra quatro antigos altos quadros do banco, que respondem em tribunal pelos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos.

E decorre um outro processo da responsabilidade do Ministério Público, no qual os acusados arriscam penas até sete anos de prisão.

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