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Condutor mata e é libertado porque... a culpa foi do carro

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Problemas no acelerador de alguns carros da Toyota podem ter estado na origem do embate

Um norte-americano foi condenado a oito anos de prisão por ter causado um acidente de viação mortal. O seu carro, um Toyota Camry de 1996, bateu na parte de trás de outro veículo, que se encontrava parado num semáforo. O condutor jurou em tribunal que tinha tentado parar o carro antes de bater, mas a juíza não acreditou. Até que começou a ouvir as intermináveis histórias de acidentes causados por defeitos nos carros da marca japonesa.

Decorridos dois anos e meio de prisão, Koua Fong Lee foi agora posto em liberdade. Inconformado com a sentença, durante todo este tempo, lutou por um novo julgamento. E conseguiu.

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Um juiz decidiu que devia ser feito novo julgamento, com base nas dúvidas e erros detectados, mas o resultado foi ainda melhor para Lee: a promotora pública não quis prolongar ainda mais o «triste caso», com base nos problemas dos automóveis da Toyota, que incluíam um defeito no acelerador que fazia com que os veículos se mantivessem acelerados continuamente contra a vontade dos condutores. Ou seja, Lee não será julgado de novo e fica em liberdade.

O condutor volta assim para a mulher e para os quatro filhos, dois dos quais mal viram o pai desde que nasceram.

Acidente causou três mortos e dois feridos graves

Na altura do acidente, Lee tinha apenas um ano de experiência de condução. O seu carro seguia a uma velocidade estimada entre 112 e 145 km/hora. No julgamento, Koua FOng Lee insistiu que tentara travar o carro antes de bater, mas ninguém acreditou nele. Só depois é que a Toyota viria a reconhecer a existência de um problema no acelerador de alguns dos seus modelos, um defeito que mantinha o acelerador colado ao fundo, ou seja, mantinha os carros em aceleração, mesmo depois de os condutores retirarem o pé.

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De acordo com a juíza que agora mandou Lee em liberdade, embora os advogados do condutor não tenham conseguido provar que o carro foi «vítima» de uma aceleração involuntária, conseguiram pelo menos levantar a dúvida sobre essa possibilidade, chamando vários condutores de carros semelhantes para contarem experiências de «aceleração súbita» nos seus automóveis.

Em 2006, Lee bateu no carro de Javis Trice Adams, de 33 anos. Adams faleceu, tal como o seu filho de 10 anos. A sua sobrinha, de seis anos, ficou paralisada do pescoço para baixo e acabou por falecer também pouco depois de Lee ter sido condenado. Do acidente resultaram ainda mais dois feridos graves.

Famílias das vítimas ficaram ao lado de Lee

As famílias das vítimas apoiaram Lee enquanto este tentava obter um novo julgamento, depois da condenação. A mãe da menina que faleceu, Bridgette Trice, disse aos repórteres, depois de se saber que Lee ficaria em liberdade, que estava «feliz por ele, mas «triste por nós, porque ele vai voltar para os seus e os nossos nunca mais regressarão».

Lee disse que queria que as famílias das vítimas soubessem que ele nunca teve qualquer intenção de causar o acidente nem de magoar ninguém. «Quero que saibam que vou rezar por eles e também quero pedir que me perdoem e que acreditem em mim».

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