O Sindicato de Quadros das Comunicações considera «imorais» as promoções de centenas de quadros superiores dos CTT, em detrimento de outros trabalhadores, mas os Correios sublinham não haver aumento salarial e que a promoção é um reconhecimento do mérito.
A administração dos CTT prepara-se para «promover algumas centenas de quadros superiores», de grau V para VI (20%) e de nível VI para VII (30%), diz o comunicado da Sinquadros citado pela Lusa.
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«Esta situação discriminatória decidida por um conselho de administração que está em gestão corrente parece-nos imoral, porque os CTT ao promoverem os quadros superiores, quiçá só os amigos, esquece e exclui os trabalhadores (cerca de 1.500) chefes de estação e chefes de distribuição postal que dia a dia dão o seu máximo», sublinha.
Contactada pela Lusa, uma fonte oficial dos CTT esclarece que o processo «não tem a ver com preenchimento de postos de trabalho», mas antes com a «progressão nos graus de qualificação», feita «pelo reconhecimento de competências, mérito e potencial de talento futuro».
«Em todas as situações o impacto financeiro destas progressões de grau de qualificação é nulo para os custos da empresa, não há qualquer valorização remuneratória, nenhum impacto salarial nem no presente nem no futuro, mas é uma forma que a empresa considera adequada para reconhecer o mérito, o esforço e o potencial dos seus quadros», reforçam os CTT.
Segundo o sindicato em causa estão 200 quadros superiores, segundo a fonte oficial dos CTT o número fica-se pelos 160.
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A promoção, acrescenta o comunicado do Sinquadros, esquece também «os milhares de trabalhadores que diariamente dão a cara nos balcões das lojas» e os «cerca de sete mil carteiros que todos os dias correm quilómetros e quilómetros a pé, de mota ou de carro, para cumprir a principal função dos Correios».
O Sinquadros critica os Correios por não promoverem os trabalhadores que «a isso têm direito pelo disposto do Acordo de Empresa» e sublinha há muitos funcionários que merecem ser promovidos, sem que a administração o tenha reconhecido «durante seis anos».
Pelo contrário, a fonte oficial dos Correios destaca que já este ano a empresa lançou processos semelhantes para outras categorias profissionais, «como é natural».
O sindicato adianta ainda que vai questionar o accionista, através da Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações, e o Governo em geral, sobre se aceita ou não que no contexto actual, «esta discriminação que este conselho de administração pretende levar a cabo».
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