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Empresas: onde estão as saídas para fugir à crise?

Aposta na gestão de investigação, desenvolvimento e inovação pode ser uma delas, abrindo portas às companhias nacionais não só por cá, mas também lá por fora

Para que uma empresa subsista em Portugal, os tempos não são os mais fáceis. Mas há sempre portas que se abrem e, mesmo as companhias mais pequenas, podem singrar no mercado. A gestão de investigação, desenvolvimento e inovação (IDI) surge como um caminho que pode dar frutos, não só por cá, mas também lá por fora.

O guia de boas práticas da COTEC Portugal ¿ Associação Empresarial para a inovação pretende ser exemplo disso mesmo, dando a conhecer 24 empresas certificadas em IDI, com uma palavra a dizer sobre o que é e como se alcança o sucesso num mercado tão pequeno como o português. Bem, será que é mesmo? A Bial e a Exatronic são duas delas e explicaram à Agência Financeira como marcar a diferença.

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Bial: a melhor em Espanha

A Bial, que actua no ramo farmacêutico, acaba de ser considerada a melhor empresa nacional em Espanha, pela Câmara Hispano Portuguesa. «Encaramos a inovação como factor crítico para a competitividade e crescimento», disse a directora-geral da área de novos projectos do grupo, Isabel Morgado.

Só que ela não se processa num abrir e fechar de olhos: o processo de certificação demorou cerca de um ano e só no final de 2009 é que o primeiro «rebento» chegou ao mercado: um medicamento para tratar a epilepsia. «Os resultados têm sido muito positivos», com o antiepiléptico já disponível em oito países europeus. Entre eles, o Reino Unido e a Alemanha.

Como qualquer projecto, também este se deparou com algumas dificuldades. Primeiro, por «termos sido pioneiros nesta área» (o fármaco «foi o primeiro medicamento de patente nacional»). Depois, pela «morosidade, complexidade e investimentos muito avultados (neste caso na ordem dos 300 milhões de euros)» que caracterizam esta indústria.

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«Ainda é prematuro falarmos de retorno» porque o antiepiléptico está há pouco tempo no mercado. Mas tem uma história mais antiga. «A síntese química do antipiléptico» começou em 1994. «Seguiram-se 15 anos de muito trabalho»: foi necessário formar uma equipa, estabelecer pontes de cooperação com centros de I&D e com outras companhias - e aprender com eles - e gerir de forma muito eficaz e concertada os nossos investimentos».

Exatronic: produtos feitos «à medida»

A Exactronic, que actua no sector das telecomunicações e indústria de fabricantes de máquinas, é outra das empresas reconhecidas pela COTEC. O investimento em IDI «ajudou a empresa a melhorar o seu desempenho». Um objectivo que está a ser concretizado a par e passo.

Foi o que garantiu à AF o gestor de marketing da Exatronic, Hugo Ravara. «A primeira motivação é para consumo próprio». A segunda tem que ver com a «capacidade de saber fazer, fazer melhor». No início de 2008, a pequena empresa tinha apenas cerca de 22 pessoas e «recursos limitados, apesar de ser saudável do ponto de vista financeiro». Durante os nove meses que se seguiram o IDI foi uma prioridade.

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«Não temos produtos de prateleira», são «feitos à medida» e, por isso, a empresa tem de ganhar primeiro a confiança do cliente. «O que temos de fazer é vender capacidade de saber fazer». E nisso o IDI foi essencial: «Abriu-nos mais para o exterior».

Dificuldades? Mais «ao nível dos recursos humanos: teve que haver uma adaptação». E agora «estamos a atingir o limite de algumas ferramentas (plataforma de gestão documental, apoio ao desenvolvimento de engenharia) e «podemos melhorar na capacidade de análise de projectos realizados no exterior».

A Exatronic tem já uma parceria com a Universidade de Coimbra. «Dois estudantes estiveram quase um ano a trabalhar para as suas teses de mestrado aqui». Uma dependência mútua «positiva», pois «era um desafio conseguir projectos que exigiam competências que não dominávamos». A empresa viu-se «forçada» a ir ao mercado encontrar esses recursos. E ainda bem.

Já a Bial tem agora como desafio conseguir colocar no mercado os 5 novos fármacos que tem na manga.

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