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Hospitais: crescimento da dívida é «descontrolado»

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Associação dos Administradores Hospitalares admite, contudo, que novas medidas vão inverter situação

A Associação dos Administradores Hospitalares admitiu esta segunda-feira que o crescimento da dívida dos hospitais à indústria farmacêutica é «um bocadinho descontrolado», mas disse que novas medidas adoptadas pelos hospitais vão inverter a situação.

«O aumento vai na linha dos gastos que se têm vindo a verificar nos últimos meses. Foram tomadas medidas no sentido de diminuir o crescimento da dívida e que irão provavelmente ter impacto neste segundo semestre. Agora, é um crescimento um bocadinho descontrolado, é uma situação que não é nada boa», admitiu o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Pedro Lopes, numa reacção ao relatório mensal elaborado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica.

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De acordo com os dados do relatório, a que a Lusa teve acesso, as dívidas dos hospitais à indústria farmacêutica cresceram dois milhões de euros por dia em Julho passado, totalizando os 920 milhões.

O documento indica ainda que só no passado mês, a dívida dos hospitais às farmacêuticas cresceu 60 milhões de euros.

«O crescimento tem duas componentes: uma, que tem a ver com o crescimento dos consumos e outra, relacionada com a componente da receita, e que tem a ver com o facto dos hospitais não terem ainda sido ressarcidos pela prestação de serviços, o que é uma situação extremamente grave», justificou Pedro Lopes.

Em declarações à Lusa, o presidente da APAH sublinhou ainda que os hospitais «receberam um valor correspondente ao primeiros meses do ano», uma situação que já não está a acontecer. «A questão não é só nos consumos, pois tem também a ver com a componente da receita. Os hospitais prestam serviços e isso tem custos. Se não são ressarcidos, obviamente que não têm dinheiro para pagar e, depois, a dívida aumenta».

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Questionado sobre a forma de diminuir o crescimento da dívida hospitalar, Pedro Lopes recordou que os hospitais adoptaram já um conjunto de medidas que «irão ter algum impacto», apesar dos resultados só se verificarem «a partir do segundo semestre» deste ano.

Segundo o relatório da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, a dívida total dos hospitais aos laboratórios subiu 67,3 por cento desde Agosto do ano passado, passando de 555,7 milhões para 929,5 milhões de euros.

A manter-se o crescimento da dívida, já neste mês ou no próximo, os valores deverão superar os mil milhões de euros.

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