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Ikea utilizou prisioneiros políticos para trabalho forçado

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Televisão pública sueca revela, num programa de investigação, o recurso a prisioneiros da Alemanha de Leste numa das maiores empresas do mundo

O grupo Ikea utilizou prisioneiros políticos da antiga Alemanha Oriental como trabalhadores forçados nas décadas de 1970 e 1980. A denúncia surgiu de um programa de investigação da cadeia pública de televisão sueca.

A reportagem do programa Uppdrag Granskning descobriu documentos que provam a utilização, por parte da multinacional de mobiliário sueca, de trabalho forçado de prisioneiros de consciência. Pelo menos, é o que adiantam os anúncios do programa, que tem emissão prevista para quinta-feira, no canal de televisão SVT.

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Os jornalistas de investigação descobriram os documentos nos arquivos da Stasi, a polícia secreta da antiga Alemanha de leste, avançam os mesmos anúncios. No entanto, a SVT não adiantou mais pormenores sobre as acusações.

À agência noticiosa sueca TT, o Ikea confirmou que o assunto já está a ser investigado: «Já requisitámos documentos dos arquivos da antiga Stasi e estamos a entrevistar pessoas que já trabalhavam na Ikea, na altura», disse a gestora de assuntos sociais e ambientais do grupo.

«Até agora, não há indicações de que tenhamos pedido que fossem usados prisioneiros no processo de fabrico, ou que tenhamos conhecimento disso. O que estamos agora a investigar é se isso aconteceu de qualquer das formas, sem

o nosso conhecimento».

Horas depois, a IKEA Portugal emitiu um comunicado «condenando firmemente qualquer utilização de prisioneiros políticos no processo de produção. Tais práticas nunca foram aceites pela IKEA».

O grupo afirma, ainda, que «as compras realizadas na RDA [República Democrática Alemã] tiveram lugar há cerca de 30 anos. Se esta situação aconteceu é completamente inaceitável e lamentamos profundamente».

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A empresa sueca acrescenta que, no último outono, «a IKEA Alemanha iniciou uma investigação, ainda a decorrer, que permita obter uma imagem completa do que aconteceu», frisando que «há 30 anos (...) as rotinas implementadas para acompanhar e verificar as exigências [da empresa] não estavam ainda ao nível de hoje em dia».

O grupo Ikea, que não está cotado na bolsa, é o maior vendedor mundial de mobiliário, com vendas de 25 mil milhões de euros em 2011 e 131 mil colaboradores, no final do seu mais recente ano fiscal, que terminou em agosto de 2011.

[Notícia atualizada com reações da sucursal em Portugal]

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