Até Junho o financiamento da banca portuguesa junto dos mercados vai continuar a ser difícil, mas a partir daí a concessão de crédito deverá melhorar. Quem o diz é o presidente do Santander Totta para quem, se o país der sinais positivos, abrir-se-ão novamente portas ao financiamento da banca nacional.
«Se todos fizermos o que temos de fazer, quer o Estado, porque a dívida soberana é ponto de partida [do financiamento ao sistema financeiro], quer o sistema bancário, porque temos que desalavancar, há a possibilidade de o mercado abrir no segundo semestre de 2011», disse Nuno Amado, citado pela Lusa, na conferência de imprensa em que o Santander Totta apresentou resultados líquidos de 434,7 milhões de euros, uma queda de 16,9% face a 2009.
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Por agora, o responsável não prevê «a abertura dos mercados no primeiro semestre», pelo que as dificuldades de financiamento deverão continuar nos próximos meses.
Questionado sobre a competição entre os bancos pelos depósitos, um dos recursos para tornear a dificuldade de financiamento, Amado afirmou que «a competição é boa, mesmo que tenha efeitos menos positivos nos resultados do sector».
Devido à paralisia no mercado interbancário, os bancos portugueses têm estado a recorrer ao Banco Central Europeu. Ainda no mês passado pediram mais 100 milhões de euros ao BCE.
É preciso «desalavancar» a economia
Nuno Amado disse ainda por diversas vezes que em 2011 é necessário «iniciar a desalavancagem» da economia portuguesa, tal como já fizeram outros países.
«Em 2011, o crédito irá diminuir. Temos todos de começar a desalavancagem, o que significa conceder menos crédito por produto, porque isso é positivo para a economia».
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