Depois de ter lançado um anúncio preliminar de Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o Finibanco, o Montepio veio agora explicar os motivos e pormenores desta operação que, caso se concretize, vai pôr fim à presença da marca Finibanco em Portugal.
«Os balcões e as actividades do Finibanco vão ser integrados no Montepio. A marca Finibanco vai desaparecer», disse aos jornalistas o presidente do conselho de administração do Montepio.
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Excepção feita para o Finibanco Angola, operação que «é para manter e desenvolver». Actualmente, o Finibanco Holding detém «cerca de 68% da operação em Angola».
António Tomás Correia espera que a OPA esteja concluída em «dois meses», ao passo que acredita que «o processo de sinergias esteja concluído no espaço de 18 meses, no valor de 70 milhões de euros, o que vai resolver o rácio do Finibanco e do Montepio».
«Trata-se de uma operação amigável», disse o administrador da entidade mutualista, garantindo, por isso, que «não acreditamos que haja o mínimo risco de não se concretizar».
Tomás Correia admitiu que apenas manteve contacto com o accionista maioritário, a família Costa Leite, que detém «cerca de 63% do Finibanco».
O presidente do conselho de administração do Montepio garantiu também que não vai pôr fim a postos de trabalho, propondo-se mesmo em, «na medida do possível, criar postos de trabalho».
Montepio «tem liquidez» para investir no BPN
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A OPA «vai ser suportada, exclusivamente, pelo Montepio. O Montepio não precisa de recorrer a crédito ou outras operações, como emissão de obrigações, para financiar esta operação», disse Tomás Correia, garantindo: «O banco está preparado no ponto de vista da liquidez para esta operação. Tem recursos em cash para financiar operação».
Uma garantia que levou mesmo o presidente do Montepio a afirmar que o banco está pronto para mais operações: «A nossa ambição é o crescimento. Depois desta operação [aquisição do Finibanco] o Montepio tem liquidez» para participar noutras operações, disse Tomás Correia quando questionado pelos jornalistas sobre a sua intenção de participar na privatização do BPN, processo de arrancará até ao final deste ano.
Tomás Correia sublinhou que a intenção do Montepio em comprar o Finibanco - proposta aprovada em Conselho Geral com apenas um voto contra e uma abstenção - «vai acrescentar valor ao Montepio, aos seus accionistas, ao mutualismo e à economia social».
Com esta compra, o Montepio espera ficar com uma quota ponderada de 6,2%, ao mesmo tempo que o crédito aos particulares «vai perder peso». Já no segmento das pequenas e médias empresas, excluindo o sector da construção, o peso no crédito «vai passar dos actuais 13% para quase 20%», acredita Tomás Correia.
«Oferta pelo Finibanco baseou-se na sua situação líquida»
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