A TAP poderá aumentar o preço dos bilhetes se o petróleo se mantiver em valores elevados, admitiu esta quarta-feira o administrador executivo da companhia aérea, Luiz Mór.
«Mantendo-se os níveis elevados a que está o combustível, a única saída é passar isso para o preço», afirmou o responsável aos jornalistas, à margem de uma conferência de imprensa em que foram apresentados um balanço da actividade comercial da TAP em 2010 e os objectivos para este ano.
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O administrador executivo disse que, para já, «o mercado ainda não está a absorver o aumento do preço» do petróleo, mas admitiu que «essa é uma possibilidade».
O responsável disse que a empresa está a fazer «um esforço muito grande de redução de custos» e que tem de fazer uma gestão de frota «muito rigorosa», não podendo voar com taxas de ocupação baixas.
Luiz Mór disse que é «sempre possível» cortar rotas ou frequências, recordando que a companhia já fez isso no passado.
«Já fizemos isso em 2008, foi pontual, cortámos alguns voos que estavam com load factor [taxas de ocupação] baixo. Depois, em 2009, fizemos isso de forma estruturada.
«Em 2010 o tráfego foi bom e não precisámos de fazer isso», lembrou, afirmando esperar que não seja necessário tomar essa opção este ano.
Objectivo para 2011: 9,54 milhões de passageiros
A empresa adiantou ainda que quer aumentar em 5% o número de passageiros a transportar este ano, para 9,54 milhões de viajantes. Este objectivo será alcançado através da abertura de novas rotas e do reforço das operações para alguns destinos durante o Verão.
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Em Abril, dá-se início a um voo diário para Bordéus e a cinco voos semanais para Dusseldorf. Dois meses depois, começa a operar para Manchester, Viena, Atenas, Miami (todos com cinco voos semanais) e Porto Alegre (com quatro). Já a partir de Junho a TAP inicia ainda ligações para Bamako, em África (três vezes por semana).
A TAP vai também reforçar a oferta no Verão, como já vem sendo hábito: Belo Horizonte, Maputo, Copenhaga, Praga, Budapeste e Varsóvia terão mais um voo por semana, Marraquexe contará com mais dois, Valência com seis frequências semanais adicionais e Moscovo com mais três voos por semana.
O administrador-executivo da TAP salientou que o aumento do número de passageiros transportados não é uma garantia de que a empresa apresentará lucro, lembrando que em 2008 a empresa aumentou o número de passageiros, mas registou os maiores prejuízos de sempre. «Bom tráfego significa só bom tráfego. Não está relacionado com bons resultados».
Luiz Mór disse que as rotas europeias representaram 37% das receitas da companhia aérea no ano passado, o que traduz um crescimento de 2% face ao ano anterior, enquanto o Brasil representou 35% das receitas, registando uma subida de 33%. A impulsionar o crescimento esteve também o mercado africano (16% das receitas, mais 6%).
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O responsável disse que as vendas diretas da companhia no site Fly Tap ascenderam a 196 milhões de euros em 2010, o que representa um crescimento de 26 por cento face ao ano anterior.
Negociações para entrar na América do Sul
Outra das novidades é que a TAP quer desenvolver parcerias com congéneres na América do Sul, estando a agendar negociações com a Pluna, a companhia de bandeira do Uruguai.
«O objectivo é transformar Porto Alegre, que vai ser o nosso próximo destino do Brasil, na porta de entrada dos europeus para o cone sul da América do Sul - Argentina, Buenos Aires, Uruguai, Santiago do Chile e mesmo o sul do Brasil», esclareceu Luiz Mór.
O responsável afirmou que gostaria que a parceria já estivesse concluída antes de a TAP inaugurar a rota para Porto Alegre, a 12 de Junho.
«Eu gostaria ¿ mas estas coisas não dependem só de nós ¿ que já tivéssemos uma situação definida quando inaugurarmos o voo. Espero que consigamos antes disso».
[Notícia actualizada às 16h25]
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